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Aiuruoca - Notícias
13/08/2010 14h32

A atualidade da obra de Júlio Sanderson é tema do Encontros no Museu, em Aiuruoca

A atualidade da obra de Júlio Sanderson é tema do Encontros no Museu, em Aiuruoca

Uma palestra apresentada pelo promotor de Justiça Bergson Cardoso Guimarães – realizada no dia 29 de julho, na sala Aiuruoca, no museu municipal Dr. Júlio Arantes Sanderson de Queiroz – marcou o IV Encontros no Museu - Seminários Temáticos. O tema abordou a atualidade da obra filosófico-literária de Dr. Julinho.

Bergson Cardoso é uma das personalidades mais respeitadas e conceituadas, não apenas no meio jurídico, mas igualmente na defesa do meio ambiente. Promotor de Justiça, é também coordenador das Promotorias de Justiça de Defesa do Meio Ambiente da Bacia do Rio Grande; foi amigo pessoal de Júlio Sanderson, primeiro membro da Confraria da Lagoa Mansa e padrinho da Fundação Cultural Dr. Júlio Arantes Sanderson de Queiroz.

Em sua explanação, Bergson falou sobre a vida de Dr. Julinho, sua origem, sua trajetória acadêmica e seu amor pela vida, pela cidade de Aiuruoca, pela medicina e pela ética. 
O principal ponto da palestra foi o destaque para a maneira profundamente filosófica com que Júlio Sanderson enxergava a vida, a existência. Essa forma especial de bem viver era tão profunda e cativante que acabava transformando, de forma positiva, todas as pessoas que tinham o privilégio de conviver com o médico.

A atualidade do pensamento filosófico-literário de Dr. Julinho está refletida em sua obra, formada pelos livros: Heróis de Curar, Reflexões sobre Ética Médica, e A Morte é Notícia - A Cura é Anônima.

Após a palestra foi oficialmente empossada a nova diretoria da Fundação Cultural Dr. Júlio Arantes Sanderson de Queiroz, constituída por Gilberto Furriel (presidente), Marianne da Cunha Barros (secretária), Aerton José Vilela de Barros (tesoureiro), e os conselheiros: Javan dos Santos Senador, Luciana Rosa Almeida Kobel, Vinicius da Cunha Barros, Rodrigo Ematné Gadben, Luciano Marques Kobel, Evandro Maciel Pereira de Almeida e Letícia Marques Kobel Diniz.

Prestigiaram o evento: o juiz da Comarca de Aiuruoca, Geraldo Antônio de Freitas; o casal Sérgio e Maria de Lourdes Sanderson (primos do Dr. Julinho); a advogada Patrícia Felizalle Guimarães (esposa do promotor Bérgson); o diretor do hospital Dr. Júlio Arantes Sanderson de Queiroz, Jose Carlos da Silva.

Um pouco de história...

Júlio Arantes Sanderson de Queiroz nasceu em Aiuruoca, no 30 de março de 1914, filho do também médico José Sanderson de Queiróz e Maria Júlia Arantes.

Foi graduado pela faculdade Nacional de Medicina em 1937. Admitido por concurso na assistência pública em 1938. Chefe de equipe do Pronto Socorro do hospital Getúlio Vargas e também da chefia da Clínica Cirúrgica, onde realizou cursos de pós-graduação em cirurgia.

Em 1957 passou a chefiar a 3ª Clínica Cirúrgica do hospital Pedro Ernesto, como professor titular associado do Departamento de Cirurgia da faculdade de Ciências Médicas. Foi presidente do Centro de Estudos da Secretaria de Saúde, quando criou a residência médica no Estado da Guanabara (Rio de Janeiro).

Presidiu a Sociedade de Medicina e Cirurgia por vários períodos, acolhendo as diversas sociedades médicas especializadas.

Foi médico da Legião Brasileira de Assistência e cirurgião do hospital do Andaraí (hoje hospital Júlio Arantes Sanderson de Queiróz) por vários anos, além de secretário municipal de Saúde em 1983.

Membro da Academia Nacional de Medicina e da Academia de Médicos Escritores. Teve inúmeras obras publicadas nos ramos de cirurgia, ética médica, artigos e crônicas além dos livros, o premiado “Reflexões Sobre Ética Médica”, "Tiradentes", "Heróis de Curar", e "A Morte é Noticia - A Cura é Anônima".

Entre suas inúmeras condecorações destacam-se a Medalha da Inconfidência, Medalha do Mérito da Saúde do Estado de Minas e a Comenda da Ordem do Rio Branco.

Em Aiuruoca, além de ter sido chefe do serviço de cirurgia do hospital São Vicente de Paulo, fundado por seu pai, criou o sistema de carnê de doações, método adotado por outras instituições hospitalares, além de ter investindo toda sua vida para que o mesmo se tornasse como o é, o melhor hospital da região.

Dono de uma invejável cultura, Dr. Julinho era um verdadeiro mecenas de Aiuruoca, não medindo esforços para conseguir fazer aquilo que considerava o melhor para a cidade, promovendo, a suas custas, eventos de grande vulto cultural no cenário mineiro: festivais de música, ciclos de palestras, noites literárias, congressos, apresentações de grupos de teatro e toda forma de expressão cultural. Sob o seu comando, na década de 60, em Aiuruoca floresceu um dos grandes educandários de minas: o Ginásio João XXIII, responsável pela educação dos jovens de diversas partes do país, hoje, sede da escola municipal Maria José Ematné.

Durante seus 88 anos de vida, colecionou diversas obras de arte, entre quadros, estátuas, documentos e uma infinidade de objetos espalhados por toda sua residência, transformando-a em um grande e respeitável museu, legando-o à sua cidade que tanto amou. Era um homem de grande coração que se dedicava ao máximo em se satisfazer e dar alegria àqueles que o rodeavam. Faleceu em Aiuruoca, "sua aldeia querida", em 29 de Julho de 2002.


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