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Aiuruoca - Notícias
21/11/2013 11h33

Personagens que fazem parte da Nossa História - Madama e o Crime das Joias

“O que ficou poupado e conservado pelas mofentas traças”

Este é um fragmento da impressionante história de um crime que abalou Aiuruoca no início do século passado, envolvendo uma italiana que veio morar nesta cidade trazida pela onda imigratória de europeus para o Brasil.

Somados mais de cem anos, ou seja um século, aconteceu o enigmático  assassinato da italiana LUIZA PIRANGIOLI, conhecida por MADAMA ou MADAME, de forte estatura física, tendo aproximadamente cinquenta e cinco anos de idade, possuidora de um estabelecimento comercial situado na rua da Campina. Um pouco abaixo do citado local, também nasceram meus descendentes maternos SPINA E SENATORE que, devido erros dos escrivães da época, registraram este sobrenome como Senador.                                                              

A história como ponto básico das informações de seus próprios e notáveis fatos requer de seus historiadores uma determinada cautela em que primeiramente ouvem-se as considerações tecidas pelo’’ DITO POPULAR’’ e posteriormente a coleta de possíveis provas, priorizando os objetivos almejados com o propósito de apenas esclarecer a procurada e desejada veracidade.

No ano de 1.952, foi publicado uma matéria relembrando sordidamente a “MAIOR TRAGÉDIA DA HISTÓRIA DESTA TERRA” enfatizando sobre “uma noite escura” quando também “chovia torrencialmente”, sendo que o “vento e os clarões dos  relâmpagos acompanhados de fortes estampidos traziam a ideia de que a própria natureza parecia estar  revoltada” com o episódio que logo será resumidamente abordado.

Algumas pessoas tinham o costume de frequentar seu popularizado comércio que permanecia aberto até nove horas da noite...

Assim, na madrugada do dia vinte seis de março de mil novecentos e seis (26.03.l.906), pelos rumores de vozes e barulhos que foram constatados pela opinião pública da época, cruelmente a rica senhora foi assassinada possivelmente com “uma afiada navalha’’.

Entretanto, naquele amanhecer sangrento, “corria por todos os lados da cidade”, que era considerada uma “aldeiazinha’’, a horrível notícia do bárbaro crime de que a MADAMA havia sido assassinada.’’

Procurando formalizar outros conceitos em relação ao fato acontecido, este então tornou-se uma  imagem histórica com uma nova denominação: “O CRIME DAS JÓIAS’’, que foi relatado por um saudoso e ilustrado cidadão da cidade de Baependi-MG, num breve comentário a mim dirigido.

Também escreveram que ‘’a Madama gostava de exibir suas joias, que eram riquíssimas de brilhantes e pérolas, “as quais desapareceram, misturando-se ‘’com os próprios dedos da vítima que foram também arrancados’’...

Do seu lado amoroso, transpareceu ser uma mulher sedutora... e pelo uso rotineiro de suas belíssimas joias seduzia os olhos daqueles que prazerosamente queriam possuí-la intimamente e, talvez, este impiedoso e sangrento desfecho possa ter sido transformado num crime passional.

Seu coração manifestou uma certa paixão para com um dos denunciados, o qual parecia amá-la, conforme fragmentada declaração constante nos autos do processo-crime número 1.477, o qual possivelmente ainda estará arquivado no Fórum da cidade de Baependi-MG, onde foi realizado o quinto  e último julgamento dos réus comprometidos, sendo absolvidos por unanimidade de votos, restando ainda ‘’UM OUTRO IMPUNE QUE PASSEAVA NAS RUAS DESTA CIDADE’’.

 Nestes resumidos e históricos acontecimentos, esclarecemos que não existe nenhum comportamento pretensioso contra quem quer que seja e sim a concretização daquilo que a própria história em suas dignificadas razões pôde preservar... estes enigmas que certamente poderão se transformar numa relevância patrimonial, cultural e artística desta reminiscência da amada terra, Aiuruoca, que acolheu meus antepassados. Para ser justo, creio dever citar as cidades que cederam seus jurados para os Conselhos de Sentença:

Aiuruoca - 1906 a 1908, Bocaina de Minas, Livramento (Liberdade), Passa Vinte, Serranos, Alagoa, Baependi - 1906 a 1909, Caxambu, Freguesia da Encruzilhada (1906),São Sebastião da encruzilhada(1909), hoje Cruzília, São Tomé das Letras, Soledade de Minas.

Finalizando, quero transcrever o pensamento de um autor não identificado, que assim diz: ‘’A história é algo que não aconteceu, escrito por um homem que não estava lá.’’   

Obs: O autor tem o desejo de lançar um documentário com maiores detalhes sobre o  falado Crime da Madama, mas precisa de patrocinadores, por ser o mesmo desprovido de recursos financeiros. Quem sabe alguém ou mesmo alguma representação cultural possa se interessar pela divulgação e a publicação desta enriquecida memória da sociedade aiuruocana?!... contato: gilmar.senatoresilva5@gmail.com

 

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