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Andrelândia - Notícias
30/07/2015 15h17

Canoa Pré-Histórica é tombada como Patrimônio Cultural do Município de Andrelândia

O objeto, que corria risco de destruição, foi resgatado do rio por membros e colaboradores do NPA.

Patrimônio protegido - Mais um passo importante foi dado para a proteção do patrimônio cultural pré-histórico de Andrelândia.

Por meio da lei municipal nº 1958/2015, de autoria do vereador Manoel Gonçalves Moreira, aprovada por unanimidade pela Câmara Municipal de Andrelândia e sancionada pela Prefeitura, foi declarada como integrante do patrimônio cultural da cidade e tombada a canoa indígena encontrada em outubro de 2014 no leito do Rio Grande, nas proximidades da divisa com o município de Santana do Garambéu.

Segundo a lei: “A canoa fica submetida ao regime jurídico dos bens culturais protegidos por meio do Decreto-Lei nº 25/1937, não podendo sair do Parque Arqueológico da Serra de Santo Antônio, senão por curto prazo, sem transferência de domínio, para fim de intercâmbio cultural ou para ações de conservação”.

Com 9,1 metros de comprimento, a canoa foi encontrada de maneira fortuita pelo garoto Douglas Fonseca, de 09 anos, quando nadava. O objeto, que corria risco de destruição, foi resgatado do rio por membros e colaboradores do NPA e transferido para o Parque Arqueológico da Serra de Santo Antônio, onde se encontra.

Pesquisas científicas - Em janeiro deste ano o NPA providenciou o envio de uma amostra da madeira da canoa para o Laboratório Beta Analytics, situado em Miami, nos EUA, e o resultado da datação por radiocarbono indica que a embarca- ção foi construída por volta de 1610, ou seja, cerca de 70 anos antes da chegada das primeiras bandeiras paulistas na região.

Outra descoberta importante foi feita em março deste ano. Após um pequeno fragmento da canoa ter sido analisado pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo, os estudos científicos indicaram que o objeto foi confeccionado em um tronco de Araucária angustifó- lia, conhecida popularmente como Pinheiro do Paraná.

A informação confirma que os povos pré-históricos da região possuíam um contato muito grande com a árvore, pois em escavações realizadas pela UFMG no sítio da Toca do Índio, na Serra de Santo Antônio, na década de 1980, foram encontradas sementes de pinhão, que possivelmente eram consumidas como alimento pelos antigos habitantes. Os vestígios mais antigos encontrados no sítio têm 3.500 anos.

Desafios - Arqueólogos e restauradores da Universidade Federal de Minas Gerais e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional já foram contatados pelo NPA para dar continuidade aos estudos sobre a embarcação e definir a melhor forma de sua conservação.

O NPA, organização não governamental e sem fins lucrativos, está buscando recursos para construir instalações especiais para a preservação e exibição da canoa no Parque Arqueológico da Serra de Santo Antônio. Até o momento todos os gastos com resgate, transporte, proteção e exames laboratoriais da canoa foram custeados por membros e colaboradores do NPA.

Quem quiser colaborar com a iniciativa de preservação do patrimônio cultural de Andrelândia pode fazer seu depósito na conta n° 5.761-4 - Ag 1327-7 - Andrelândia - MG - Banco do Brasil S/A. Fonte: NPA

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