Uma comissão formada por médicos do Vaticano estudou e aprovou o milagre atribuído à Venerável Francisca de Paula de Jesus Nhá Chica. A notícia foi dada no início do mês de outubro. Segundo o postulador da Causa de Beatificação, Dr. Paolo Vilota, os sete médicos alegaram que não tem explicação científica a cura de uma professora aposentada de Caxambu, que pediu a intercessão da Venerável e teve resolvido, sem necessitar de cirurgia, um problema congênito muito grave no coração.
Na tarde da sexta feira, 14 de outubro, no Santuário Nossa Senhora da Conceição, em Baependi, a Irmãs Franciscanas do Senhor, que zelam pelo legado espiritual de Nhá Chica há 55 anos, deram a notícia aos devotos que se reuniam para a reza semanal do terço, tradição instituída pela própria Nhá Chica.
A informação foi confirmada também pelo Bispo da Diocese da Campanha, Dom Diamantino Prata de Carvalho. “Dando graças a Deus, pedimos que se intensifiquem as orações, para que a Igreja eleve à honra dos altares uma autêntica brasileira, negra, filha de escrava e analfabeta, mas mulher agraciada com dons e cheia de virtudes”.
A cura da professora se deu em 1995 e, desde então, a aposentada faz exames regulares comprovando que o problema jamais voltou. Ana Lúcia Meirelles Leite, 65, descobriu que tinha o problema quando foi submetida a exames médicos, logo após uma isquemia, em julho daquele ano. Na véspera da cirurgia, a professora foi acometida de uma febre muito alta, que impediu a realização da operação, que foi marcada para uma nova data. Qual não foi a surpresa do médico ao constatar que já não existia mais o problema? A abertura no coração havia fechado, sem necessidade de cirurgia. Médicos de Baependi, Pouso Alegre, Belo Horizonte e São Paulo deram testemunho de que a medicina não explicava o acontecido e que não havia possibilidade de cura sem a cirurgia.
No dia 8 de junho de 2010, no Vaticano, uma comissão de cardeais deu parecer favorável às virtudes heróicas de Nhá Chica, como castidade, obediência, fé, pobreza, esperança, caridade, fortaleza, prudência, temperança, justiça e humildade, e no dia 14 de janeiro de 2011, Papa Bento XVI as aprovou.
Uma comissão de cardeais e bispos deve endossar a opinião dos médicos e, posteriormente, o Papa Bento XVI é quem assina o decreto de beatificação, marcando a data da cerimônia.