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O Barão de Maciel (Barão da Roseta)
Justo Domingues Maciel III nasceu no ano de 1837 em Baependi e, era também conhecido como o Barão da Roseta, das Águas ou de Contendas. Sabe-se que Justo iniciou suas atividades como tropeiro, levando produtos da Roseta para a corte no Rio de Janeiro e São Paulo. Casado com Luísa Leocádia Ribeiro da Cunha, a baronesa fez parte da comitiva que recepcionou a visita da família imperial à Caxambu em 1868. Diz a lenda que Justo se apaixonou por Luíza ao ouvi-la cantar em uma estalagem.
Segundo consta a família real também esteve na fazenda. Justo Maciel foi Presidente da Câmara e também o primeiro Prefeito de Baependi após a proclamação da República, na época o regime era parlamentarista. Durante sua gestão foi criado o Distrito de Soledade de Minas, hoje já emancipado. Foi também Comandante Superior da Guarda Nacional e em 1884, acompanhou o Imperador Pedro II na inauguração da ferrovia “The Minas and Rio Railway”. Como empresário fundou e presidiu a “Empreza das Águas de Caxambu e Contendas” sendo considerada a primeira empresa constituída de engarrafamento de águas minerais do Brasil. Segundo a publicação “Aguas Minerais do Estado de Minas Gerais” de autoria do Dr. Pádua Resende, publicado em 1920, as seguintes obras são atribuídas à Justo Maciel: “a captação das águas das fontes Viotti, D.Pedro e Princesa Izabel, a retificação do córrego Bengo, o ajardinamento, a arborização e a instalação do gradil do parque, a construção do estabelecimento balneário, a retificação e preparo da estrada de Soledade a Caxambu (por onde chegavam os turistas e eram exportadas as garrafas de água mineral pelo trem de ferro), a criação de uma linha telefônica entre Caxambu, Soledade, Contendas, Conceição do Rio Verde e Baependi e a montagem do Hotel da Empreza.”
A Família Maciel
A família Maciel é originária da França, mas se estabeleceu em Viana do Castelo, Portugal. Segundo o site http://pt.wikipedia.org/wiki/Maciel_(familia), aos maciéis “dizem ter ido ajudar D. Afonso Henriques na conquista do Reino dos Mouros.”
Um dos troncos da família, formado por João Maciel, chegou ao Brasil pelo litoral paulista (São Vicente), no século XVI (por volta de 1570). A partir daí, os “maciéis” migraram para várias partes do País. Segundo Valter Cassalho, “Em 02 de fevereiro de 1746, Justo Domingues Maciel I obtém uma sesmaria de uma légua em quadra na paragem chamada Numbuca. Essas terras situavam-se nas proximidades do MORRO DO LOPO...” Morro do Lopo situa-se no Estado de São Paulo, no contraforte leste da Serra da Mantiqueira. Adentrando a serra, os “maciéis” tiveram acesso ao sul de Minas (Baependi, Cruzília, Aiuruoca, Carmo da Cachoeira, São João Del Rey...), onde Justo Domingues Maciel II casou-se, em Baependi, com Izabel Vieira, em 1777.
A Fazenda da Roseta
Muito antiga e originária de uma sesmaria de 1738, a Fazenda da Roseta teve importante papel no desenvolvimento econômico e social na região. Após a abolição da escravidão, diversas famílias de colonos (destacam-se os italianos, sírio-libaneses e espanhóis), por ali passaram e inúmeras foram as atividades produtivas que ali se desenvolveram ao longo do tempo. Conforme noticiado no extinto jornal carioca “O Paiz”, há mais de um século, a Fazenda da Roseta já importava gado leiteiro holandês (criatórios das fazendas Schaap da Holanda), além de cachorros dinamarqueses e ovinos da Europa. Antiga morada da família do Barão de Maciel a Fazenda situa-se no extremo Norte do Município de Baependi, Estado de Minas Gerais. Em 1942, a casa-sede da fazenda passou por uma reforma, substituindo parte de suas características coloniais por uma arquitetura neocolonial. Com o declínio das suas atividades produtivas, o patrimônio sofreu forte desgaste e, a partir de 2005, vem sendo restaurado para atender a novos usos e objetivos como um núcleo histórico e cultural voltado para o turismo.
Fonte: www.fazendadaroseta.com.br
