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Caxambu - Notícias
09/03/2017 11h41

População vai às ruas manifestar contra privatização da água mineral de Caxambu

O projeto de exploração das fontes minerais abrange ainda o município de Cambuquira

Manifestantes realizam mobilização em frente ao Paruqe das Águas em Caxambu

Moradores e ativistas estiveram reunidos para manifestar contra o projeto de exploração das águas minerais de Caxambu e Cambuquira. O ato aconteceu na manhã de sábado (4) e reuniu cerca de 50 pessoas na Praça 16 de Setembro, no centro da cidade de Caxambu. A Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) abriu, recentemente, um edital com intuito de buscar parceiros para a exploração das fontes minerais dos municípios.

Integrantes da Associação Amigos do Parque de Caxambu e Grupo RenovaMata conduziram uma passeata até a portaria do Parque das Águas. A Polícia Militar acompanhou o ato, que foi pacífico. A principal reivindicação dos manifestantes é contra a exploração agressiva das fontes minerais e da possível privatização deste recurso.

Segundo a secretária da Associação Amigos do Parque de Caxambu, Liana Bahia, a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) sugere que seja extraído até 5 milhões de litros/ano de água. “O problema é que a Codemig colocou em seu edital a vazão máxima de água estipulada pela Copasa, porém, persiste em propor o dobro dessa extração. Não faz sentido, o limite sugerido deveria ser respeitado”, afirma.

A Codemig informou que os números apresentados consideram plenamente preceitos normativos, legais, ambientais e mercadológicos. De acordo com a companhia, uma empresa foi contratada para realizar um estudo o qual considerou que o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) apontou o limite máximo de vazão em 32 milhões de litros/ano, e concluiu que a comercialização deve girar em torno de um milhão de litros de água por mês -o que representa 12 milhões de litros/ano, para que o negócio seja viável.

A munícipe Carla Fernandes de Carvalho não concorda com a intenção da Codemig em ter domínio sobre a água mineral de Caxambu. “Sou a favor de projetos sustentáveis, com o mínimo de impacto ambiental. A empresa pretende fazer a extração de forma severa às áreas de reserva das águas minerais. Sou contrária a qualquer ação agressiva”, opina.

Em nota, a Codemig ressalta que a licitação aberta não busca privatizar fontes e parques, como o ocorrido em São Lourenço, onde a fonte foi vendida para empresa privada. A iniciativa, segundo a companhia, é importante para viabilizar os negócios e potencializar o dinamismo, além de ampliar o público-alvo das águas minerais e maximizar o retorno econômico para o Estado e a sociedade. Além disso, a Empresa objetiva fomentar novos modelos de negócio e ampliar as vantagens competitivas de Minas Gerais, propiciando geração de emprego e renda.

O receio dos moradores, no entanto, persiste. Francisca da Silva, de 58 anos, nasceu e viveu boa parte do tempo em Caxambu. Seus pais e irmãos sempre trabalharam no Parque das Águas da cidade. “Imagina a quantidade de empregos que seriam fechados com a privatização das fontes minerais. As pessoas que trabalham no Parque perderiam seus postos facilmente com esta proposta. Além disso, extrair as águas dessa maneira pode gerar problemas em longo prazo”, destaca.

Uma audiência pública aconteceu no último dia 15 de fevereiro, na Câmara dos Vereadores de Caxambu. O assunto da pauta foi discutir sobre a licitação e exploração das águas minerais.

No encontro, Pompilho Canavez, representante da Codemig, reforçou que a licitação não busca privatizar ou vender as fontes de águas, mas consolidar uma parceria público/privada para comercialização do recurso.

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