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Economia
23/05/2022 18h00

Com retomada em NY, Ibovespa sobe 1,71% e recupera o nível de 110 mil pontos

Surfando a relativa melhora do humor externo, o Ibovespa obteve nesta abertura de semana o terceiro ganho diário consecutivo, colhendo perda (-2,34%) em apenas uma das últimas nove sessões, saindo da faixa dos 103 mil pontos, no fechamento de 10 de maio, para retomar agora o nível de 110 mil, não visto em encerramento desde 25 de abril (110.684,95). Nesta segunda-feira, a referência da B3 subiu 1,71%, aos 110.345,82 pontos, entre mínima de 108.499,83, da abertura, e máxima de 110.679,60 pontos, com giro a R$ 26,3 bilhões. No mês, sobe 2,29%, colocando o ganho do ano a 5,27%.

Após ter ensaiado na sexta-feira ingressar em 'bear market' - tendo chegado a acumular durante aquela sessão, mas não no fechamento, queda de 20% em relação ao pico mais recente, de 4 de janeiro -, o S&P 500 (+1,86%), como Dow Jones (+1,98%) e Nasdaq (+1,59%), subiu com firmeza nesta segunda-feira.

O dia foi também amplamente positivo nas bolsas europeias, com novo fortalecimento do euro frente ao dólar, ante sinal, do Banco Central Europeu (BCE), de que os juros na zona do euro possam começar a subir ainda em julho e que a taxa de depósito deixe de ser negativa até o fim de setembro - a indicação favoreceu as ações de bancos.

Com o índice DXY - que contrapõe o dólar a uma cesta de seis referências, entre as quais o euro - em baixa na sessão, o real voltou a se apreciar frente à moeda americana, negociada agora na casa de R$ 4,80 (-1,41%), no fechamento, após ter chegado a tocar a marca de R$ 5 na semana passada.

A recuperação das commodities é outro alento para a B3, com Vale ON (+2,04%) e Petrobras (ON +3,69%, PN +3,93%) em forte desempenho nesta segunda-feira, assim como os grandes bancos, com destaque para BB (ON +4,22%), Itaú Unibanco (PN +2,59%) e Santander (Unit +2,51%). Na ponta do Ibovespa, IRB (+9,23%), BRF (+4,86%) e BB ON (+4,22%), com Banco Inter (-5,16%), Qualicorp (-4,55%) e CVC (-3,05%) na face oposta.

O minério de ferro negociado em Dalian (China) teve alta de 4,41%, a US$ 129,63 por tonelada, e o Brent se descolou do WTI, estável na sessão, e fechou em alta de 0,77%, a US$ 113,42 por barril (para junho), ambos favorecidos pela perspectiva de reabertura da China. As incertezas quanto à inflação global e à inclinação dos juros nas maiores economias, contudo, ainda requerem cautela dos investidores.

"Na última semana, o mercado mostrou que a volatilidade segue presente nas bolsas ao redor do mundo", observa Antônio Sanches, analista da Rico Investimentos, chamando atenção para o descolamento da B3 no fim da semana passada, beneficiada então pela redução da taxa de juros de longo prazo na China - "uma sinalização de movimentação do governo (chinês) para estimular a economia, que perde fôlego diante da política de covid-zero no país". Em paralelo, um quadro nada benigno na maior economia de todas: inflação alta, juros em elevação e receio de que os Estados Unidos venham a entrar em recessão, combinação que contribui para a moderação do apetite por risco vista desde o mês passado, acrescenta o analista.

"Temos nos beneficiado do rali de commodities, ainda mais agora com China reabrindo. O dólar tem se depreciado com a leitura do mercado de que os Estados Unidos estão se desacelerando, com eventual recessão, o que tem puxado para baixo os juros longos americanos - a taxa da T-note de 10 anos voltou para 2,84%, uma boa notícia, após ter chegado a 3,20%", diz Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, destacando também a série de oito semanas de acúmulo de perdas para o Dow Jones, o que não ocorria há mais de 50 anos. "A desaceleração é o tema da hora nos Estados Unidos."

Por outro lado, "nesse domingo, Xangai iniciou a reabertura parcial, após seis semanas de lockdown. A notícia foi recebida com alívio pelo mercado, que teme que o isolamento social prolongado na China possa intensificar o cenário de inflação", aponta em nota André Meirelles, diretor de Alocação e Distribuição da InvestSmart XP. Ele destaca que "o aumento no preço das commodities tende a impactar positivamente o Ibovespa, que tem quase 40% de sua composição exposta a esse setor" e que, nesta segunda-feira, o desempenho do índice refletiu também o setor financeiro, "que vem se beneficiando pelo aumento da procura global por ações de valor".

Fonte: Estadão Conteúdo
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