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Economia
27/03/2020 18h10

Dólar sobe forte após três dias de queda e vai a R$ 5,10

O dólar teve um dia de realização de ganhos, após cair por três pregões seguidos, acumulando baixa de 2,6%. Na parte da tarde, o ritmo de valorização da moeda americana chegou a se reduzir, após o Banco Central fazer dois leilões não programados de dólar à vista e injetar US$ 1 bilhão no mercado cambial. Perto do fechamento, voltou a ganhar força e o dólar à vista fechou em alta de 2,11%, cotado em R$ 5,1025.

Na semana, a moeda dos Estados Unidos acumulou valorização de 1,5% e no mês sobe 13%. No ano, a alta é de 26%.

Um volume sem precedentes de medidas emergenciais, fiscais e monetárias, de governos e bancos centrais ao redor do mundo, inclusive no Brasil, ajudou a trazer certo alívio ao mercado. Mas o crescimento do número de infectados pelo coronavírus no mundo não para de crescer, o que ajuda a aumentar a incerteza. Já são quase 510 mil casos no mundo e 23,3 mil mortes.

O economista-chefe da Moody's Analytics, Mark Zandi, destaca que as medidas emergenciais, incluindo o pacote de US$ 2 trilhões aprovado nesta sexta pela Câmara americana, vão ajudar o buraco a não ser tão profundo na economia mundial, mas haverá uma recessão generalizada. Ele estima o Produto Interno Bruto (PIB) do planeta caindo 2,1% este ano. No Brasil, o ritmo de contração deve ser ainda mais forte, de 3,5%.

Para Zandi, alívio mesmo para os investidores deve vir quando for descoberta uma vacina ou um tratamento médico eficaz para a covid-19. Mas por enquanto, a avaliação é que isso não deve vir antes de meados de 2021, disse o economista, ressaltando que conversou com epidemiologistas e especialistas na área. Por enquanto, permanecem dúvidas sobre até quando os casos vão aumentar, se as medidas emergenciais serão realmente eficazes e em que nível a confiança dos agentes vai ser afetada.

Na avaliação do economista-chefe para emergentes da Capital Economics, William Jackson, o impacto na atividade econômica brasileira pode ser ainda maior, considerando o comportamento de Jair Bolsonaro, contrário às medidas de isolamento. "A resposta atrapalhada do presidente poderia aprofundar e prolongar os danos econômicos." Por enquanto, Jackson projeta contração de 1,5% do PIB este ano e dólar a R$ 4,50 em dezembro.

No exterior, o dólar caiu nesta sexta ante divisas fortes e subiu nos emergentes, invertendo o movimento dos últimos dias. A maior expectativa para a próxima semana é para a divulgação do relatório de emprego de março dos EUA, que vai dar os primeiros sinais sobre os efeitos da crise do coronavírus na criação de vagas. Os economistas do banco Wells Fargo esperam criação de apenas 50 mil vagas, de 273 mil em fevereiro, mas não descartam números menores ou mesmo negativos.

Fonte: Estadão Conteúdo
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