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Economia
30/07/2019 11h30

FGV: sem minério, IGP-M teria queda de 0,23% em julho e não alta de 0,40%

O minério de ferro foi o item que destacadamente mais influenciou a alta do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) e, sem esse produto, o índice teria uma queda em julho, afirma o economista André Braz, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV). Nos cálculos de Braz, o IGP-M cairia 0,23% neste mês em vez de apresentar alta de 0,40%, como mostrou o dado efetivo. Em junho, o indicador fora de 0,80%.

O indicador do atacado, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), por sua vez, teria queda de 0,54% e não alta de 0,40%. Em junho, o IGP-M seria de 0,23% e não de 0,80% e o IPA, de 0,34% e não de 1,16%. O minério de ferro praticamente repetiu a mesma taxa entre junho e julho, passando de 11,76% para 11,34%. "Então tudo indica que a tendência geral dos preços tem sido de desaceleração." No ano, o minério tem alta de 65,88% e, em 12 meses, de 91,8%.

Com a expectativa de desaceleração desse item na próxima leitura, em agosto, devido ao câmbio comportado e o fim dos efeitos da redução da produção da Vale após o acidente em Brumadinho, Braz avalia que o IGP-M deve ficar entre 0,30% e 0,40%.

Na expectativa de Braz, as commodities agrícolas devem ter leve queda em agosto e a perspectiva para os combustíveis também é promissora. O milho em julho desacelerou a 3,28%, de 4,27% no sexto mês, enquanto a soja caiu 1,36%, de alta de 6,30%. Já os combustíveis para consumo caíram 4,59%, de recuo de 5,06% no mês anterior.

Em sentido contrário em agosto, devem aparecer os alimentos in natura tanto no atacado quanto no varejo, continuando o movimento já observado em julho. No IPA, os alimentos in natura passaram de -4,95% para 0,58%, enquanto no Índice de Preços ao Consumidor (IPC) variou de -4,37% para 1,60%. Mas Braz pondera que o peso desse item no IPA - que tem maior relevância no IGP-M (60%) - é três vezes menor do que o do minério de ferro (7,96%), que é o item com maior participação no índice.

O economista explica que esse movimento é fruto principalmente de choques de oferta. No IPA, os alimentos in natura subiram 24,16% no ano e 30,44% em 12 meses, enquanto hortaliças e legumes avançou 24,62% em 2019 e 47,47% em 12 meses.

Segundo Braz, agora na metade do ano, com o clima mais favorável, esses alimentos costumam devolver a alta do começo do ano, mas como isso não está acontecendo agora não deve acontecer mais este ano.

Proteínas

Quanto às proteínas, o economista da FGV não vê pressão relevante na inflação deste ano em função da peste suína na Ásia. Braz ressalta que a carne suína no atacado acumula alta acima do IPA neste ano (5,92%), de 7,73%, mas em julho caiu 3,95%, de avanço de 3,73% em junho. "Uma queda dessas não sinaliza uma pressão tão relevante. Pode ser que a carne suína fique mais cara no ano, mas essa proteína não tem peso grande e me parece que essa tendência não é tão persistente para mudar inflação deste ano", diz. A carne bovina, por sua vez, subiu apenas 1,96% em 2019.

Para o IPC em agosto, a expectativa de Braz é de que fique em torno de 0,30% a 0,40%, de 0,16% em julho. Em junho, houve queda de 0,07%. Para além da alta prevista para alimentos in natura, o economista cita também o encarecimento de energia com a adoção da bandeira vermelha 1 - de amarela em julho - e da esperada queda menos intensa de combustíveis.

Fonte: Estadão Conteúdo
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