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Economia
20/09/2017 12h10

Há foco do governo em investimentos em infraestrutura e privatizações, diz Ilan

O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, afirmou nesta quarta-feira, 20, durante evento organizado pelo jornal Financial Times, em Nova York, que a recuperação dos investimentos é o próximo passo lógico para promover o crescimento sustentável no médio e longo prazos. "Os esforços do governo em infraestrutura e privatização representam bases importantes para esse crescimento sustentável", disse Goldfajn.

Segundo ele, a recuperação gradual ocorre em um contexto de queda da economia, refletida em baixos níveis de uso da capacidade instalada e de desemprego - "embora já esteja em declínio devido à criação de vagas", acrescentou.

Ilan Goldfajn repetiu ainda que a perspectiva global tem sido favorável, com a atividade em recuperação sem pressionar as economias centrais. "Isso apoia o apetite ao risco para economias emergentes, proporcionando um ambiente sereno para o mercado de ativos brasileiros."

Ao avaliar a economia brasileira, ele afirmou que o País está menos vulnerável a choques externos. Citou o balanço de pagamentos favorável, a queda substancial da inflação para cerca de 2,5% em agosto, o aumento da geração de empregos e da produção industrial. De acordo com Ilan, a recuperação econômica ocorre por causa de alguns fatores, como a redução da alavancagem.

Além disso, o presidente do BC voltou a citar a queda do risco país nos últimos meses. "O Credit Default Swap (CDS) brasileiro caiu de cerca de 500 pontos no início de 2016 para em torno de 180 pontos, o menor nível em anos", disse.

Desinflação e recuperação

Ilan Goldfajn repetiu que a economia brasileira está vivendo um período de desinflação e recuperação econômica, graças à reorientação da política econômica e à política monetária firme.

O mesmo comentário já havia sido feito por Goldfajn em outro evento de terça, em Nova York. Ele voltou a pontuar ainda que a perspectiva econômica internacional é benigna para as economias emergentes, mas que não se deve esperar que isso dure "para sempre".

"Neste contexto, eu gostaria de enfatizar que a continuação das reformas e dos ajustes, assim como novos investimentos, em particular em infraestrutura, são essenciais para o crescimento sustentável e a desinflação", acrescentou Ilan, no fim de seu discurso.

Ele destacou que o Brasil precisa justamente de investimentos para continuar o crescimento e a desinflação sustentáveis. "O gatilho para esta recuperação vem do crescimento do consumo, impulsionado pelos ganhos de renda devido à forte desinflação", afirmou. "O declínio rápido da inflação permitiu um acréscimo no poder de compra da população. O crescimento do consumo tende a ser resiliente, já que é baseado em ganho de renda permanente e na desalavancagem das famílias nos últimos dois anos", completou.

Segundo ele, a situação econômica do País melhorou substancialmente. "Depois de dois anos de recessão, o PIB brasileiro cresceu 1% no primeiro trimestre do ano, em relação ao trimestre anterior, e 0,2% no segundo trimestre", pontuou. "Consumo cresceu 1,4% no segundo trimestre, em seu primeiro resultado positivo desde o fim de 2014. Do mesmo modo, o setor externo contribuiu para a recuperação, com crescimento de 0,5% das exportações e declínio de 3,5% das importações."

O presidente do BC repetiu ainda uma ideia já expressa em comunicações recentes: a de que, além da boa performance observada no primeiro semestre do ano, os dados do terceiro trimestre continuam a mostrar recuperação gradual da economia. "Em resumo, o conjunto de indicadores recentes da atividade é consistente com a gradual recuperação da economia."

Fonte: Estadão Conteúdo
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