30/08/2019 18h20
Ibovespa tem 4ª alta consecutiva e reduz perdas de agosto para 0,67%
O Ãndice Bovespa emplacou nesta sexta-feira sua quarta alta consecutiva e encerrou com relativa tranquilidade um mês marcado por turbulências e volatilidade. A esperança de uma amenização da guerra comercial entre Estados Unidos e China foi o fator externo que deu sustentação à s ações nos últimos dias e, por aqui, o destaque da semana ficou com o desempenho melhor que o esperado da economia brasileira no segundo trimestre do ano. Em alta desde a abertura, o Ibovespa terminou o dia aos 101.134,61 pontos, com ganho de 0,61%. Assim, terminou a semana em alta de 3,55% e o mês de agosto, com baixa de 0,67%.
A combinação entre o corte de 0,5 ponto porcentual na taxa Selic e a leve aceleração do Produto Interno Bruto (PIB) deram vantagem à s ações de consumo e varejo em agosto, que tiveram desempenho essencialmente positivo. Já o estresse com a tensão comercial no exterior impôs perdas aos papéis de empresas de commodities no acumulado do mês. Na análise setorial, o Ãndice de Materiais Básicos (IMAT) teve queda de 8,23% em agosto, enquanto o Ãndice de Consumo (ICON) avançou 4,48% no perÃodo.
"Agosto foi um mês marcado pelos riscos de recessão global, com os efeitos do corte de juros nos Estados Unidos (em 31/07) e sinalização de estÃmulos feita pelo BCE. Tivemos a crise da Argentina, um importante parceiro comercial brasileiro, que pode prejudicar nosso setor automobilÃstico. Foi um perÃodo muito tumultuado, mas a bolsa até que terminou bem, com uma queda pequena", disse Pedro Galdi, analista da Mirae Asset.
Segundo Galdi, para setembro as atenções continuarão concentradas nos mesmos temas, mas há uma chance de melhora nos ânimos. "Tudo depende dos tweets do presidente Trump, mas ele já está em campanha eleitoral e pode diminuir o tom. Por aqui, a conclusão da reforma da Previdência e inÃcio da tramitação da tributária podem ser os pontos positivos em setembro", afirmou o analista.
Em meio à forte aversão ao risco que tomou os mercados globais, as últimas quatro semanas foram de expressiva saÃda de recursos externos do mercado brasileiro. Até a última quarta-feira (28), o saldo dos investimentos estrangeiros na B3 indicava saÃda de R$ 12,099 bilhões, mais da metade (53%) de tudo o que saiu da bolsa no acumulado do ano (R$ 22,533 bilhões).
Analistas ouvidos pelo Broadcast, sistema de notÃcias em tempo real do Grupo Estado, ao longo do mês atribuÃram as retiradas à elevada liquidez do Brasil na comparação aos emergentes, inclusive a Argentina, que teve sua classificação de risco rebaixada. Como a aversão ao risco fez o dólar à vista subir 8,45% no mês, o resultado do Ibovespa dolarizado mostrou queda no Ãndice de 8,40% nesse perÃodo.
Fonte: Estadão Conteúdo