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Economia
21/11/2019 20h00

Juros fecham em alta com fala de Campos Neto, pressão do câmbio e exterior

A volta do feriado municipal do Dia da Consciência Negra foi de forte ajuste para cima na curva de juros, que teve um combo de fatores a justificar a pressão sobre as taxas e um volume explosivo de contratos negociados na ponta curta. O principal vetor para o avanço das taxas nesta quinta-feira foram as declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, na quarta indicando que eventuais pressões no câmbio na inflação serão combatidas com política monetária e não com câmbio. Com isso, as apostas para os próximos cortes da Selic ficaram ainda mais conservadoras. Paralelamente, o aumento do dólar, que voltou a tocar os R$ 4,22 nas máximas, durante boa parte do dia, deu combustível para o movimento das taxas, assim como o avanço do rendimento dos Treasuries.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 subiu de 4,658% para 4,730% (regular) e 4,700% (estendida) e a do DI para janeiro de 2023, de 5,802% para 5,93% (regular) e 5,88% (estendida). A do DI para janeiro de 2025 fechou em 6,50% (regular) e 6,45% (estendida), de 6,392% no ajuste de terça-feira, e a do DI para janeiro de 2027 encerrou a 6,81% (regular) e 6,77% (estendida), de 6,712%. Entre o fim da sessão regular e o começo da estendida, o dólar virou e passou a cair, mas na retomada não foi visto alívio relevante na curva, com as taxas no máximo tendo zerado a alta.

Desde terça-feira, a precificação de cortes da Selic nas próximas reuniões do Copom vem caindo na curva a termo, na esteira dos sinais de "normalização" da inflação em direção ao centro das metas, seja por conta da pressão dos preços das "proteínas" na inflação de alimento, do aumento das tarifas de energia e, mais recentemente, voltou ao radar o risco de "pass through" após o retorno do dólar a R$ 4,20 numa economia que ganha fôlego gradualmente.

Na quarta, em participação na Comissão Mista do Orçamento (CMO), Campos Neto procurou esclarecer sua fala dada na terça-feira na Comissão de Assuntos Econômicos no Senado, na qual afirmava que o BC teria de ter "atuação diferente" se o câmbio começasse a afetar as expectativas de inflação. Ele disse que se houver contaminação do câmbio na "curva de expectativa de inflação" o BC agirá por meio da política monetária, e não do câmbio.

Para Cassio de Andrade Xavier, trader da Sicredi Asset, Campos Neto falou o que é esperado de um banqueiro central. "O tom dele foi muito razoável ao esclarecer que não vai intervir no cambio e vai agir com juros. Isso é o livro texto. Minha leitura é de que não está querendo antecipar nada, mas há uma discussão sobre isso no mercado", disse.

O noticiário externo também não contribuiu para aliviar a curva, com a onda de protestos na América do Sul chegando agora à Colômbia e um novo risco para o acordo entre China e Estados Unidos: o apoio do Congresso norte-americano às manifestações em Hong Kong. Ainda assim, os juros dos Treasuries avançaram, com o yield da T-Note de em 1,77%, ante patamar de 1,74% na quarta.

Fonte: Estadão Conteúdo
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