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Esportes
15/10/2019 18h40

Com R$ 17,25 milhões em dívidas, nova gestão da CBDA traça plano para recuperação

Luiz Fernando Coelho assumiu a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) em meio a um caos. Seus antecessores contribuíram para a maior crise na entidade, que chegou a uma dívida total de R$ 17,25 milhões e conta com uma receita mensal de apenas R$ 142 mil, que recebe da Globosat. "A situação financeira é ruim e temos de apresentar esse raio X. Queremos apontar o caminho da recuperação", disse.

Nesta terça-feira, os novos responsáveis pela CBDA, que assumiram o comando há 29 dias após a destituição do presidente Miguel Cagnoni em Assembleia Geral Extraordinária, apresentaram o panorama de recuperação. Vale lembra que outro ex-presidente da entidade, Coaracy Nunes, foi recentemente condenado à prisão, acusado de desvio de recursos.

"Assumimos há 29 dias e nesse período tivemos a oportunidade de ver tudo que está acontecendo, na parte administrativa e esportiva. O plano mostra que a entidade é gigante e temos chance de sair do buraco a médio prazo. Na parte esportiva vamos muito bem, na financeira muito mal e a governança é horrorosa", comentou Renato Cordani, diretor geral da CBDA.

Para se ter uma ideia, no ciclo que antecedeu aos Jogos do Rio, em 2016, o faturamento da CBDA passava dos R$ 50 milhões. Já no ciclo seguinte, o atual, caiu para R$ 12 milhões e atualmente está em R$ 6 milhões. "Boa parte da crise foi em razão do encolhimento natural. Vamos ter de lidar com isso", explicou Cordani.

Da dívida total de R$ 17,25 milhões, R$ 7,75 milhões se referem a glosas entre 2015 e 2017, R$ 2 milhões são de multa dos Correios, R$ 4 milhões de dívidas não pagas para PJs e R$ 3,5 milhões de risco trabalhista. "A CBDA tinha 70 funcionários, hoje tem 11. Tivemos de mandar quatro embora recentemente. Nossa folha salarial é de R$ 80 mil, mais R$ 57 mil de impostos. O custo mensal é de R$ 218 mil, mas temos um déficit operacional mensal de R$ 76 mil. Isso porque ainda estamos em sistema de home office", continuou.

Para tentar sair dessa "depressão financeira", uma das soluções foi montar uma equipe de pessoas notáveis e que estão dispostas a trabalhar, neste primeiro momento, de graça para ajudar a levantar a entidade. Entre elas estão dois ex-atletas ilustres, Ricardo Prado e Djan Madruga, dois medalhistas olímpicos na natação.

No plano de trabalho, a CBDA estipulou metas específicas para cada período de tempo. A curto prazo o foco será na sobrevivência financeira e em melhorar a governança e transparência. Já a médio prazo, a ideia é ter uma redução significativa da dívida, atrair parceiros e patrocinadores, e modernizar o estatuto. E a longo prazo, para um período de três ou quatro anos, é sanar todas as dívidas, alcançar o superávit operacional e aprimorar o investimento na base, entre outras coisas.

Essa gestão termina em fevereiro de 2021 e o presidente Luiz Fernando Coelho prega a transparência total. "Percebemos que a cada mês na gestão anterior a dívida aumentava, mas ele (Cagnoni) não ouvia a gente. Aí começou essa bola de neve que culminou na situação que a gente se encontra hoje."

Para os Jogos de Tóquio, apesar das dificuldades financeiras, os dirigentes da CBDA se mostram otimistas para que seus esportes (natação, maratona aquática, saltos ornamentais, nado artístico e polo aquático) tenham sucesso em 2020. "Esperamos uma participação muito boa. Temos confiança de que nossos atletas têm chance de medalhas e de finais olímpicas. Agora nosso foco está em classificar mais atletas para os Jogos. O esporte não tem sido o problema da confederação", resumiu Cordani.

Fonte: Estadão Conteúdo
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