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18/05/2019 17h00

Coordenação da Olimpíada de História diz que meta é incentivar análise crítica

Os 14 mil alunos do Sistema Colégio Militar foram proibidos de participar da 11ª Olimpíada Nacional de História do Brasil. O Departamento de Educação e Cultura do Exército atribuiu a decisão ao fato de o evento "não atender ao interesse da proposta pedagógica do Sistema Colégio Militar". Representantes tiveram acesso ao conteúdo de algumas questões e consideraram inadequado para seus alunos.

Procurado, o Sistema Colégio Militar do Brasil informou que tem participado, por meio de suas unidades integrantes, de diversas competições de conhecimento. "No caso em pauta, devido ao conteúdo apresentado em algumas questões, optou-se pela não participação no evento, por não atender ao interesse da proposta pedagógica do Sistema", diz a nota.

Já a coordenação da Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB) informou que a proposta da Olimpíada "tem auxiliado a milhares de estudantes em seu desempenho escolar, no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em vestibulares e concursos". Segundo a coordenação, as equipes dos colégios militares participam da Olimpíada de História desde a primeira edição, em 2009, "com brilhantismo, tendo já obtido inúmeras medalhas".

A coordenação da Olimpíada destacou, no entanto, que a participação na competição é opcional e que não tem nenhuma ingerência sobre as decisões pedagógicas das escolas participantes. Ressaltou ainda que o objetivo principal do projeto é "incentivar o desenvolvimento da análise crítica e discussões sobre os mais variados temas".

"Para que isso seja possível, oferecemos nas provas e tarefas informações, textos, imagens e mapas para que embasem a elaboração das respostas", diz a nota. As questões e atividades, segundo a coordenação da Olimpíada, "são elaboradas com base nas Diretrizes Curriculares Nacionais, Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs)".

De acordo com a coordenação da Olimpíada, 73 mil alunos e professores se inscreveram na competição neste ano, o que corresponde a 18,5 mil equipes. Desse total, 16,6 mil grupos seguiram para a segunda fase, que teve início na segunda-feira passada (13).

A competição é coordenada pelo Departamento de História da Universidade Estadual e Campinas, com o apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico Tecnológico. São várias etapas de prova, até a disputa final, programada para o segundo semestre, em Campinas.

A reportagem apurou que, entre os pontos que desagradaram militares estava o uso de palavrões em textos das questões. A proibição provocou indignação de estudantes. Eles ressaltaram que a medida destoa da conduta adotada nos colégios do sistema, que sempre foi o de incentivo à participação nesse tipo de competição.

Alunos atribuem a proibição à tentativa do departamento de evitar que alunos do sistema tenham contato com questões que façam alusão ao período da Ditadura Militar. Professores foram encarregados de transmitir o comunicado da proibição para os alunos. Não foi informada qual a punição para aqueles que desrespeitarem a proibição e participarem das etapas de seleção.

Fonte: Estadão Conteúdo
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