19/11/2019 08h50
Navio identificado pela Ufal não foi responsável por óleo na costa, diz Marinha
A Marinha distribuiu nota descartando a possibilidade levantada pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal) que informou neste domingo, 17, ter identificado um navio cargueiro que teria partido da Ãsia em direção à Ãfrica como o responsável pelo derramamento de óleo no litoral brasileiro. O cargueiro não está na lista das cinco embarcações apontadas pela Marinha como as principais suspeitas pelo derramamento.
A negativa foi dada com base em estudos realizados pelo Centro de Hidrografia da Marinha e pela geointeligência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). De acordo com a nota a Marinha, a hipótese apresentada pelo Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis), sobre um eventual derramamento de óleo ocorrido por um navio a 26 km da costa da ParaÃba, em 19 de julho, "não geraria o espalhamento de manchas que foi observado em nosso litoral, principalmente no sul do Estado da Bahia e norte do Estado do EspÃrito Santo".
Segundo a Marinha, se a embarcação fosse a apontada pela universidade, o óleo apareceria no litoral bem antes de 30 de agosto, data do primeiro registro. A hipótese levantada pelo Lapis foi apresentada pelo coordenador do laboratório, Humberto Barbosa.
"O Ibama, por meio de geointeligência, considerou que não existem elementos cientÃficos para afirmar que a feição linear escura encontrada nas imagens de radar apresentadas pelo Lapis trata-se de vazamento de óleo, sendo provável que seja fenômeno natural formado pelo rastro de um navio", prossegue a nota.
A Marinha também informou que não só ela, mas os demais colaboradores, nacionais e estrangeiros, "permanecerão conduzindo a investigação até que todas as questões envolvidas sejam elucidadas". Ressaltou ainda que "o ineditismo dessa ocorrência exigiu o estabelecimento de protocolo próprio de investigação, demandando a integração e coordenação de diferentes organizações e setores da sociedade, além de ampla troca de informações com organismos internacionais".
A Marinha esclarece que o Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA), "estabeleceu uma coordenação cientÃfica com apoio de mais de 100 pesquisadores e cientistas de Universidades e Institutos de Pesquisa" para investigar o ocorrido e que "o estudos e metas contemplam ações de curto, médio e longo prazo".
Em outro comunicado, a Marinha, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e BiocombustÃveis (ANP) e o Ibama informam que nesta segunda-feira, 18, o navio-patrulha Guanabara encontra-se na região do Delta do ParnaÃba-PI, com agentes do ICMBio e Secretaria de Meio Ambiente do Piauà embarcados, de modo a reforçar as ações de busca e recolhimento de resÃduos oleosos no mar.
Diz também que na costa do Piauà militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica e todos os equipamentos disponÃveis pelas forças estão sendo empregados em ações de limpeza e coleta de vestÃgios de óleo, assim como os agentes de órgãos estaduais e municipais. Além disso, equipes do Ibama e ICMBio "realizam ações de acompanhamento e avaliação dos possÃveis danos causados na região".
Fonte: Estadão Conteúdo