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17/03/2011 15h29

Opinião Cartão vermelho para Rede Globo, CBF e C.13

Opinião: Cartão vermelho para Rede Globo, CBF e C.13

Em julho de 1987 foi criado o “Clube dos Treze” (C.13). Esta entidade nasceu com a rebelião de 13 clubes insatisfeitos com os campeonatos deficitários da CBF, que possuíam um número excessivo de “times”. Neste mesmo ano, o C.13 promoveu sua primeira competição: a “Copa União”. Este torneio, devido o seu sucesso de público e renda, serviu como vitrine e exemplo para as competições futuras.


Passada esta fase de teste, o C.13, acertou-se com a CBF, ficando responsável pela defesa dos “interesses” políticos e comerciais dos 20 principais clubes do país, inclusive, nas negociações dos direitos de transmissão dos jogos do Campeonato Brasileiro. Aqui é a gênese de toda a “trambicagem”, envolvendo a CBF, o C.13 e a Rede Globo.


Todos nós sabemos que o futebol gira única e exclusivamente em torno do dinheiro, e os grandes “gerentes” desta imensa fortuna são os “cartolas” e os meios de comunicação, especialmente, a “Rede Globo”, que sempre foi a principal beneficiada neste jogo financeiro.


A “vênus prateada” conseguiu durante anos manter o monopólio da transmissão dos jogos do “Brasileirão”, isso devido a uma manobra do C.13 no “processo de licitação”, com a chamada “cláusula de direito de preferência”.


Durante todos estes anos de monopólio da TV Globo, os clubes foram, gritantemente, prejudicados em seus interesses financeiros, e estranhamente com a complacência dos “cartolas”, CBF e o C.13.


Porém, como o país vive novos tempos, parece que a transparência e a legalidade estão ganhando força no futebol brasileiro, ao menos com relação aos direitos de transmissão dos jogos do brasileirão, fato que pode desencadear outras importantes mudanças.


Em decisão inédita do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CAD), após, provocado por outras emissoras, em especial, a Rede Record, o CAD decidiu e exigiu do C.13 o fim da “cláusula de direito de preferência”. Agora, a escolha das emissoras para a transmissão do Brasileirão seguirá as normas do processo de licitação: quem pagar mais, leva!


A decisão do CAD causou um racha entre os clubes e o C.13, e o primeiro a se manifestar foi o Corinthians e depois os grandes clubes do Rio de Janeiro, tudo em conluio com a CBF e a Rede Globo.


Aliás, neste sentido, o jornalista Rodrigo Martins escreveu na revista Carta Capital: “...Por trás do racha iniciado por Sanchez no Clube dos 13, especula-se, está mais do que a tentativa de engordar as receitas do Corinthians com uma negociação individual. Existiria, na verdade, uma verdadeira aliança entre a Globo, a CBF e o presidente corintiano para minguar qualquer possibilidade de a Record vencer a licitação.


Só para se ter uma idéia dos prejuízos que, estranhamente, os clubes aceitavam, a Globo, segundo a referida matéria, “paga cerca de 400 milhões de reais por ano para explorar os jogos no Brasileirão na tevê aberta, na tevê paga, na internet e em placas de publicidade. No edital que acaba de ser finalizado, apenas para transmitir as partidas na tevê aberta, a emissora que vencer a concorrência terá de pagar, no mínimo, 500 milhões de reais. Somadas as demais plataformas, vendidas separadamente, o C.13 espera arrecadar mais de 1,3 bilhão de reais por ano. Para a Globo, o risco de perder o contrato para a concorrente Record é alto. Estima-se que a emissora da família Marinho fature ao menos 1 bilhão de reais por ano com a publicidade veiculada no horário dos jogos. Além disso, o futebol é um dos principais pilares da programação da Globo há mais de duas décadas”.


Com esta nova licitação, os clubes mais que duplicarão seu faturamento. Segundo matéria postada no sítio do jornalista Luis Carlos Azenha, a “abertura dos envelopes com as propostas de Globo, Record e Rede TV! está agendada para 11 de março. Nesta nova proposta, Flamengo, Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Vasco pulariam de R$ 16,8 milhões para R$ 42 milhões por ano, cada um, recebendo R$ 25 milhões antecipadamente. O Santos, de R$ 14,4 milhões, passaria a R$ 36 milhões, com R$ 20 milhões antecipáveis. Em vez dos atuais R$ 12 milhões, Fluminense, Botafogo, Grêmio, Internacional, Cruzeiro e Atlético Mineiro embolsariam R$ 30 milhões, com adiantamento de R$ 18 milhões”, para ficarmos apenas nestes exemplos.


É nesta ciranda financeira que está um dos motivos da quebradeira dos grandes clubes brasileiros: a malversação do dinheiro dessas agremiações. Outra observação, que já é conhecida, é o comportamento vil e a perversidade do monopólio dos meios de comunicação, por isso, a imperiosa necessidade de um marco regulatório da organização e exploração de telecomunicações e radiodifusão. Presidenta Dilma: “lei de médios", urgente..!

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