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21/01/2015 17h00

Verão no Rio está 'castigando' turistas europeus e norte-americanos

Com temperatura sempre acima dos 37 graus e sensação térmica de até 55, o verão no Rio está castigando não só os cariocas, acostumados às altas temperaturas, mas também os turistas - especialmente quem deixou cidades com termômetros marcando abaixo de zero.

Não chega a ser uma regra, mas o calor excessivo tem levado europeus e norte-americanos a evitar as praias e a se recolher em lugares refrigerados nos horários mais quentes.
De férias no Rio com a namorada capixaba, o consultor de informática Luke Munro, de 30 anos, que saiu de Londres a zero grau, não tem aguentado ficar ao ar livre sob sol forte. Sua rotina tem sido atípica para um turista: o casal acorda cedo, passeia das 8h30 ao meio-dia, então se tranca no ar condicionado do hotel até as 17 horas, e só depois, com o sol já baixando, se aventura novamente na rua.

"Eu não suporto mesmo. Ontem fomos caminhar e no meio do caminho pedi para ficarmos num café, por causa do ar. Nasci na África do Sul, já viajei bastante e nunca estive num lugar tão quente na vida. Não sei como vocês aguentam se bronzear na praia", contava Munro nesta quarta-feira, em passeio no Cristo Redentor, por volta das 13 horas.
Ele só havia aceitado o convite da namorada, a estudante Clarissa Matos, de 31 anos, porque o dia não se anunciara tão quente de manhã cedo. Erraram: o sol ia e vinha, mas o calor estava impiedoso no alto do Corcovado. Entre os turistas vindos do inverno do Hemisfério Norte entrevistados em pontos turísticos pela reportagem, o desconforto é quase unanimidade. As irmãs francesas Marie e Louise Arnaud, de 38 e 31 anos, estão estranhando o fato de os cariocas se exporem ao sol durante o verão. "Em Lyon, se a temperatura supera 35 graus a recomendação é não sair de casa, especialmente para as crianças e os idosos. Ontem fomos à praia de Ipanema e não conseguimos ficar mais do que meia hora", relatou Marie, que só anda com uma garrafa grande de água mineral sob o braço - traço comum entre os visitantes.

A aposentada inglesa Christine Wilkins, de 62 anos, conta os dias para embarcar no cruzeiro que a levará, com o marido, ao Chile. "Não aguentaria passar mais do que quatro dias no Rio. É uma cidade linda, e eu sabia que seria quente, mas não desse jeito. Não piso na areia", garantiu Christine, que enfrentou fila de uma hora ao meio-dia para pegar uma van para o Corcovado, na Avenida Atlântica. "Espero chegar lá viva", brincou, durante a espera.

A Riotur estima que 3,4 milhões de turistas devem ter passado pela cidade ao fim da alta temporada, em março. No tradicional Copacabana Palace, aberto há 92 verões, a piscina, que funciona 24 horas por dia, nunca esteve tão cheia. De acordo com funcionários, os hóspedes têm desistido de passeios pela cidade para dar seus mergulhos. Segundo o diretor do Hospital Municipal Miguel Couto, Luiz Alexandre Essinger, que atende aos bairros turísticos (Copacabana, Ipanema, Leblon, Barra da Tijuca), as temperaturas mais elevadas fizeram aumentar o movimento de pacientes com males decorrentes do calor, na comparação com verões passados. Casos de internação, insolação e exaustão (que causa dores pelo corpo e de cabeça e vômitos) somam "cinco ou seis por dia", e incluem turistas. "Quem vem de fora não está climatizado e fica mais suscetível", disse o médico, que recomenda, além do uso e reaplicação do filtro solar (acima do fator de proteção 30) e da ingestão constante de água, a preferência por roupas claras e soltas no corpo, que permitam que a transpiração evapore e o corpo se resfrie.

Fonte: Estadão Conteúdo
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