06/09/2019 09h00
Bahamas tenta renascer após furacão
O governo de Bahamas suspendeu o alerta para o furacão Dorian e começou o lento processo de reconstrução do arquipélago, que foi devastado pela tempestade. Segundo novo balanço divulgado nesta quinta-feira, 5, foram 30 mortos, 13 mil casas destruÃdas e US$ 7 bilhões em prejuÃzos.
Em Marsh Harbour, o cenário é caótico: casas completamente destruÃdas, carros virados, pilhas de escombros e inundações generalizadas. Pessoas mascaradas com trajes protetores carregavam cadáveres em bolsas verdes sobre a plataforma de um caminhão. Alguns moradores, ainda aturdidos, saÃam à s ruas arrastando malas com seus pertences mais valiosos.
"Na minha ilha (Ãbaco), não sobrou nada. Nem bancos, nem lojas, nada", disse Ramond King, morador de Marsh Harbour, enquanto revirava o que restou de sua casa. "Não sobrou nada, só corpos."
No fim de semana, o Dorian chegou à categoria 5 - a máxima - antes de atingir as Bahamas, com ventos de quase 300 km/h. A extensão dos danos começou a ser conhecida na quinta-feira, à medida que as equipes de socorro conseguiram percorrer a região afetada para resgatar sobreviventes e levar ajuda à s vÃtimas.
Como o serviço de telefonia entrou em colapso, em muitas áreas, moradores publicaram listas de parentes e amigos desaparecidos nas redes sociais. O primeiro-ministro das Bahamas, Hubert Minnis, disse que o furacão deixou uma "devastação geracional". Na quinta-feira, Minnis alertou que o número de mortos deve aumentar nas próximas horas.
"É um inferno por todos os lados", disse Brian Harvey, um canadense que vive na ilha de Ãbaco. "Precisamos sair daqui. Passaram-se já quatro ou cinco dias. É hora de ir embora." Steven Turnquest, que foi de Marsh Harbour para a capital Nassau com seus filhos, de 4 e 5 anos, disse que tem sorte de estar vivo. "Vejo meus filhos e agradeço a Deus. Peço a ele que me leve, mas não leve meus filhos. Sobrevivi ao furacão me segurando em uma porta", contou.
A consultoria de risco Karen Clark & Co. Calculou em US$ 7 bilhões os prejuÃzos causados pelo furacão - apenas nas Bahamas. A estimativa leva em conta bens segurados e não segurados, incluindo a destruição de propriedades residenciais, comerciais e industriais, mas exclui veÃculos e danos à infraestrutura.
A ONU estima que 76 mil pessoas estejam precisando de ajuda nas Bahamas, 60 mil na forma de comida. A organização disse que enviará oito toneladas de alimentos ao paÃs. A ajuda internacional também vem da Guarda Costeira americana e da Marinha Real britânica, que entraram ontem nos esforços de resgate. Segundo os EUA, 135 pessoas foram resgatadas no arquipélago, com 10 helicópteros e 3 barcos.
Avanço
O Dorian, que havia perdido intensidade e desviado sua rota da Flórida (EUA), seguia nesta quinta-feira como um furacão de categoria 2 ao se aproximar do litoral da Carolina do Sul. Com ventos de até 210 km/h, o furacão vem causando tornados na região - o Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA registrou pelo menos cinco entre a cidade de Charleston, na Carolina do Sul, e a fronteira entre os Estados da Carolina do Norte e Virginia.
Segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências, o furacão pode causar inundações. Autoridades locais pediram à população que fique atenta aos alertas e busque abrigo, caso seja necessário. (Com agências internacionais).
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Estadão Conteúdo