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Internacional
09/12/2019 08h50

Seis meses após estopim, 800 mil voltam às ruas em Hong Kong

Milhares de manifestantes saíram às ruas de Hong Kong neste domingo, 8, para participar de uma das maiores manifestações das últimas semanas, que coincidiu com os seis meses do início dos protestos antigoverno. De acordo com a Frente Cívica para os Direitos Humanos, organizadora do evento, cerca de 800 mil pessoas compareceram.

A mobilização teve respaldo nos resultados das últimas eleições regionais, há duas semanas, quando o parlamento local foi eleito por maioria de candidatos pró-democracia, em um revés para a hegemonia da China. Pautas como a brutalidade policial e a demanda por um sufrágio universal foram defendidas pelos manifestantes, em um ato majoritariamente pacífico.

Uma autorização para a manifestação foi concedida pela polícia, em toda a ilha, algo que não ocorria desde agosto. De acordo com a instituição, duas facas e uma pistola foram apreendidas e 11 pessoas foram detidas.

A ex-colônia britânica se encontra mergulhada em sua pior crise desde sua devolução para a China, em 1997. O território vem sendo tomado por manifestações desde junho, quase diárias, para exigir reformas democráticas, assim como uma investigação imparcial da atuação da polícia durante os protestos.

A manifestação deste domingo coincidiu com a véspera do aniversário de seis meses de mobilização, que começou com uma grande manifestação em 9 de junho. O gatilho inicial foi a rejeição a um projeto de lei apresentado pela líder de Hong Kong, Carrie Lam, que facilitaria as extradições de condenados para a China. O texto acabou retirado da pauta. Desde então, cerca de 6 mil pessoas foram presas e centenas feridas, diz a polícia.

Para esta segunda-feira, 9, data exata do aniversário, os manifestantes estão convocando pelas redes sociais um bloqueio do transporte público, caso as autoridades locais não atendam as suas demandas.

Para os manifestantes, não houve qualquer sinal de mudança de atitude por parte do governo local. Desde as eleições, Lam, cuja taxa de apoio entre a população está em níveis historicamente baixos, não fez concessões para o lado pró-democracia.

A reputação da polícia também foi seriamente danificada. Segundo uma pesquisa publicada na sexta-feira pelo Programa de Opinião Pública, as forças de segurança registraram um índice recorde de rejeição. Pelo menos 40% dos entrevistados atribuíram a nota mais baixa, ou seja, zero, à polícia. Apesar da mobilização, é pouco provável que a China faça concessões aos manifestantes. (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Estadão Conteúdo
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