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Opinião
26/01/2017 11h14

A cueca, uma calcinha e o Sherlock!

Por José Luiz Ayres

A fazer parte da minha educação e formação pela orientação familiar, trago comigo o hábito de quando no banho, lavar tanto cueca e meias, mesmo estando ausente de casa, o que possa parecer até um pouco de exagero tal a suposta exacerbação pelo costume.

Certa feita ao chegar ao quarto do hotel em Varginha, MG, ao final de tarde, extenuado pelas obrigações profissionais realizadas, estranhei no posicionamento do cabide secador,- que sempre me acompanha às viagens - no interior do box, onde deixo minhas peças lavadas a secar, por encontrar a cueca não esticada como costumo deixa-la e como também do lado do avesso pois a etiqueta chamava a atenção. O que alias foi o motivo pelo qual me causara estranheza.

No dia seguinte, resolvi dar uma de Sherlock após o desjejum, permanecendo acoitado às dependências do hotel à espera das arrumadeiras no intuito de dar seguimento ao “processo investigatório!“, em que as evidências levavam a lógica conclusiva.

Assim que as serviçais assumiram a tarefa, dei um tempo, afinal o meu aposento era o 104, portanto, na ala par a ser arrumada, sem ser visto penetrei no quarto, cuja chave de serviço pendia à fechadura. Fechando a porta, numa sacada geral, não deu outra. Dependurado ao suporte da TV, lá estava o cabide apenas com o par de meias. Sobre a cama então a surpresa; uma calcinha meio surrada de cor azul jogada sobre a cama. Aguardando o desfecho do “crime”, ali a ler o jornal, quando após três quartos de hora em tocaia, observei vozes femininas ao corredor. Corri ao banheiro encostando a porta. Barulho à fechadura e a porta do quarto se abriu e fechou. Quieto, escutei movimento, dei um pequeno tempo e silencioso deixei o local da campana, e pude ver minha cueca cinza ainda vestida pela jovem arrumadeira sendo sacada pela mulher. De costas não me vendo, depois de retirar a cueca e leva-la ao rosto, lança sobre a cama. Então pigarreei. Voltando-se rápida, assustada, depara-se comigo e sem ação, nua, tentou cobrir-se e nervosa falou: - Eu não sujei sua cueca, apenas me satisfaço nos meus sonhos e vontades, pois desejaria ter o senhor!!!

Um tanto confuso e porque não envaidecido, solicitei que se compusesse e deixasse o quarto de imediato, me comprometendo a não denuncia-la à gerência, além de agradecê-la pelas elogiosas deferências. Meneando a cabeça, num sussurro externei:  - Elementar meu caro Watson!!!

Moral da história: Todo “criminoso” volta sempre ao local do crime, essencialmente quando esse “crime” trás na sua essência, o desejo em cometê-lo...

Ah... Esses “Turistas Equilibrados”, quando somos vítimas de momentos fortuitos e temos o equilíbrio para mantermos a moral e a dignidade sobre possíveis consequências perturbadoras, somos de fato bem pitorescos aos olhos dos desequilibrados, no que pese às vezes o fiel da balança nos tencionar ao desequilíbrio...

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