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Opinião
06/01/2018 14h07

Antonio Severo Mendes

Nossa gente, nosso orgulho

A história de Antonio Severo Mendes e sua contribuição sócio-cultural estende-se à assistência aos menos afortunados, aos asilos e às famílias carentes.

Certo, por convicções religiosas, juntou-se a uma plêiade de pessoas que sonhavam com a construção do Santuário Nossa Senhora de Fátima, e trabalhou sem esmorecimento para vê-lo pronto, colaborando com leilões, festas, rifas, ou até, permitindo que suas filhas Aurinha e Luzia, participassem dos concursos “Rainha do Santuário”.

Outra peculiaridade do Sr. Antonio Mendes era sua dedicação ao trabalho, à esposa, aos filhos ,enfim, ao lar.

Reconhecida e ciente de sua contribuição social, sua humildade, honestidade e operosidade, levou a Vereadora Alzira Penna Gamma a indicar seu nome para a maior homenagem da cidade. Antonio Severo Mendes recebeu a Láurea “Cidadão Honorário de São Lourenço” na Câmara Municipal de São Lourenço, aplaudido e abraçado por autoridades, parentes e amigos.

Antonio Severo Mendes nasceu em Alagoa, MG, a 20 de julho de 1916. Era filho de José Mendes de Carvalho e de Ana Claudina Maciel, fazendeiros na região. O casal teve dez filhos: Salvador, José, Antonio, Zoroastro, Messias, Israel, Landulfo, Ester, Francisca e Júlia.

É fácil entender que a família Mendes passasse dificuldades. Era uma família numerosa, viviam do trabalho e residiam distante da cidade. Somando-se a tantos problemas, um outro muito mais grave surgiu de repente Antonio, o terceiro filho, adoeceu. O médico procurado diagnosticou uma doença do coração. O prognóstico foi dos piores. Antonio teria chance de viver no máximo até aos 18 anos, se fosse tratado por “especialista” e em uma cidade maior. Alagoa nada oferecia para o seu tratamento. Certamente foi uma decisão difícil para José e Áurea, mas, naquele mesmo dia trouxeram Antonio para São Lourenço.

E Antonio era apenas um menino de 10 anos...

São Lourenço, em 1926, era uma cidade pequena e com pouquíssimos recursos. Não havia hospital e eram raros os médicos. Antonio foi entregue ao tio, Sr. Alfredo Trevas, irmão de sua mãe, entendido em ervas medicinais e homeopatia.

O tratamento, depois de um bom tempo, surtiu efeito e Antonio ficou curado. Já crescido começou a trabalhar no antigo Hotel São Lourenço, como ajudante de cozinha.

Durante a Festa de Agosto, em 1936, conheceu no Parque das Águas uma linda moça, Zulmira Rangel. Apaixonou-se por ela e no mesmo mês foi à Caxambu conhecer os futuros sogros. Regressou a São Lourenço noivo e com o casamento marcado para primeiro de outubro do mesmo ano. Casaram-se em Caxambu. Casados, passaram a residir no Bairro Carioca e Antonio trabalhava como cozinheiro no Hotel Avenida.

Antonio e Zulmira tiveram seis filhos: Áurea, José Antonio, Maria Aparecida, Jair Sebastião, Luzia e Lourenço. Família acrescida de Luiza, filha do coração.

Aparecendo uma boa oportunidade, mudaram-se para Guaratinguetá, SP e, depois para Aparecida do Norte. Antonio sempre trabalhando em hotéis.

Antonio Severo Mendes não teve tempo de frequentar uma boa escola. Pouco estudou, aprendeu o básico para levá-lo, como autodidata, a ter uma boa cultura. Lia muito... A bíblia era seu livro de cabeceira e Deus o Senhor absoluto de sua vida.

Antonio Mendes conseguiu mais tarde voltar a São Lourenço e empregar-se no Hotel Metro, onde ficou por algum tempo. Certo dia, o Sr. João Lage ofereceu-lhe um bom emprego como chefe de cozinha do Hotel Brasil. Aceito, esteve nesse serviço por muitos anos. Mais tarde, deixou a profissão e tornou-se sócio, por alguns anos, do Sr. José Maciel de Sene, filho de seu tio Alfredo Trevas numa barraca (Box) no Mercado Municipal.

Antonio contraiu tifo, e foi preciso afastar-se dos negócios para tratamento de saúde. Aurinha, com apenas 9 anos, ia todos os dias para o mercado substituir o pai. Era comovente ver uma criança atender os clientes, sorridente e carismática.
Antonio sempre teve um grande coração e passou a vida abrigando muitos que não tinham teto. D. Zulmira o apoiava incondicionalmente nesta missão. Certa vez, encontrou D. Rita chorando, num entardecer chuvoso, de baixo de uma árvore. Perguntou-lhe o que estava acontecendo e recebeu a seguinte resposta:
“Nada tenho, nem sequer uma casa para me abrigar, só espero a morte”.
Antonio Mendes levou-a para casa, onde Rita, com a família viveu por toda a vida. Assim eram os dois: Antonio e Zulmira. D. Zulmira cozinhava e costurava muito bem. Era caridosa, educada e estava sempre de bom humor. Agradava a todos e era muito querida.

Antonio recebeu de Deus o dom de curar. Visitava os doentes e orava por eles. Era também visitado por todos que necessitassem de conforto e oração.

D. Zulmira faleceu a 26 de fevereiro de 1982, foi chamada à casa do Pai, mais cedo, talvez para preparar o caminho do marido. A três de maio de 2003, Antonio Severo Mendes partiu. Havia praticado a caridade todos os dias de sua vida,seguira os ensinamentos de Jesus porém, era hora de descansar.

Antonio e Zulmira escreveram uma linda página de amor ao próximo na história de São Lourenço.

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