Por Stefan Salej*
As empresas querem exportar, precisam exportar, precisam se instalar fora do país para melhorar a sua receita e a sua posição competitiva. E na composição de vários fatores que entram para se alcançar o sucesso, bem na base de tudo,está a educação. Começa com a educação básica, escola primária, vamos dizer assim. Não só pelas condições básicas para os alunos estudarem e os professores terem a oportunidade de aperfeiçoamento, salários dignos e condições de ensino mínimas, mas também pelo currículo escolar. Vamos ao simples exemplo da cachaça, que hoje um dos produtos mais importantes de exportação mineira. E ela não é produzida nos grandes centros, mas nas regiões onde tem muita mão de obra abundante e pouco qualificada. E ai, é só um esforço conjunto de todos os atores envolvidos pode produzir bons resultados.
E apesar de muito discurso sobre a educação e muito investimento feito, estamos longe de nossos concorrentes. Nas medições internacionais chamadas de PISA, o Brasil ocupa o 60o lugar entre os 76 países pesquisados. E este resultado também corresponde às nossas colocações na escala mundial quando comparamosinovação, competitividade e produtividade das empresas brasileiras. E tem mais: se melhorarmos a educação, teremos um bom crescimento do nosso produto interno bruto.
Além da educação primaria, que está nos níveis primários mesmo, temos a educação profissionalizante. Na semana que passou foi realizado o campeonato mundial, Worldskills, em São Paulo onde jovens de 50 países competiram em inúmeras profissões. O Brasil, e também Minas, que teve uma participação significativa, não se saíram mal. Melhor do que nas avaliações do ensino básico.Temos campões sim, mas continuamos, apesar de uma esforço louvável do Sistema S (Senai, Sesi, Senac, Sesc, Senar, Sebrae, Senat), ainda longe de poder dizer que o nosso ensino profissionalizante atinge a maior parte da nossa população jovem e se apresenta como a alternativa profissional para melhor a empregabilidade. O Governo Federal, que começou bem com o programa PRONATEC,está reduzindo recursos nessa área, enquanto o sistema S está começando a ter menos recursos porque as empresas estão mal.
E o resultado disso não é só a redução do número de alunos, nem a disponibilidade para aumentar a competitividade das empresas, mas mais jovens na rua. E haja a ilusão de que a desvalorização do real vai trazer competitividade às exportações brasileiras. Ilusão que custa caro.
*Stefan Salej - Consultor Internacional e e x-presidente da Fiemg e do Sebrae