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Opinião
10/12/2015 16h21

Da política e dos empresários

Stefan Salej

Por Stefan Salej*

 

Uma pergunta muito ouvida em andanças pelo interior de Minas e até na Capitalé se o empresário deve ou não participar da vida política. Em resumo: o empresário deve se candidatar a cargos políticos? A pergunta é  muito pertinente em função não só da crise política que vivemos, mas principalmente em função das eleições municipais no próximo ano.

Os empresários sempre participaram e participam hoje da vida partidária e política do país. Não são só os casos mais famosos de Magalhaes Pinto, na época dono do Banco Nacional, do José Alencar, dono da Coteminas, ou hoje em dia Marcio Lacerda, prefeito de Belo Horizonte, investidor após a venda de suas empresas. Muitos dos prefeitos são empresários, e tanto a Assembleia Legislativa de Minas como a sua representação no Congresso está permeada de empresários. Tem sempre a bancada dos  ruralistas, da educação, dos transporte e mais e mais. Dos três senadores mineiros até  recentemente, dois eram líderes empresarias.

A experiência mostra que o primeiro entendimento que o empresário tem que ter quando entra para a política é que administração pública é  diferente da gestão empresarial. Empresa é empresa e governo é governo. E para ganhar a eleição é preciso mais do que entendimento de gestão empresarial, precisa saber que mudou de ramo. Pode ser que muitos conhecimentos serão úteis e validos na gestão pública, mas antes precisa ganhar a eleição. E ganhar só pode com o sistema partidário e político em vigor. Precisa de votos, ou em Minas mais especificamente precisa do voto de cada eleitor.

Na construção das alianças, em especial para as prefeituras, é fundamental também ter a maioria na Câmara dos vereadores. E na mudança de empresário para politico, tem que fazer a devida sucessão na empresa. Misturar o exercício de política com gestão empresarial e esperar benefícios próprios é uma mistura explosiva que não dá certo nem a curto e nem a longo prazo.

Mas, não é só com a ocupação de cargos políticos, seja por eleição ou indicação, que os empresários podem exercer a política. Essencialmente, fazendo proposições e colaborando com os políticos eleitos, seja por cobrança ou por sugestões,  pode-separticipar muito. Em geral, os empresários financiam os políticos, reclamam da atuação, mas não cobram a sua atuação porque às vezes não tem nem propostas para eles. Quem sabe o caminho de uma maior participação comece aí.

 

*Stefan Salej - Ex Presidente da FIEM e SEBRAE /MG, Consultor internacional

 

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