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Opinião
27/03/2014 10h37

Dança das cadeiras

Bebeto Andrade

Bebeto Andrade

Cruzília-MG

 

Confesso que ando me sentindo meio burro ultimamente, ou então é o calor que está mexendo com meus miolos. Preocupado, fui ao médico, e ele me garantiu que não é nada grave, mas mesmo assim me recomendou uma severa dieta. Por exemplo, a partir de agora não posso tomar leite com manga nem levar muito a sério o noticiário político. Por quê? Vamos aos fatos.

Em 2009, o então deputado federal Edmar Moreira, de Minas Gerais, assumiu o cargo de corregedor da Câmara Federal. Teria, por obrigação profissional, que investigar os deslizes de seus colegas, mas disse que isso era balela porque na Casa tudo se resolvia na base da “amizade”. A declaração causou polêmica e o deputado caiu em desgraça: descobriram que era proprietário de um “castelo” em São João Nepomuceno, coisa tão pequena que ele nunca se havia preocupado em declarar à Receita. Edmar perdeu o cargo de corregedor, desfiliou-se de seu partido (na época, o PR) e renunciou ao mandato de deputado federal, certamente para evitar a cassação.

No ano seguinte, Edmar Moreira tentou se reeleger, mas obviamente não conseguiu. Tudo estaria bem se agora, em 2014, ele não aparecesse na Câmara Federal, mas lá está o homem. Como? Simples: Edmar Moreira, atualmente filiado ao PTB, assumiu como suplente do ex-governador Eduardo Azeredo, do PSDB. E Eduardo Azeredo? Bem, renunciou para responder a um processo que movem contra ele.

Será que meus neurônios estão falhando ou a coisa é assim mesmo? Eduardo Azeredo renuncia para não enfrentar um julgamento no STF, sob a acusação de desvio de uns 3,5 milhões do governo de Minas, e quem assume em seu lugar é Edmar Moreira, que não foi eleito e já havia renunciado para evitar a cassação de seu mandato. A pergunta é: o que Minas Gerais ganha com isso? Desconfio que um ou dois belos presentes de grego.

Muito já se disse sobre a democracia, inclusive que é o menos pior dos regimes políticos, frase atribuída a Winston Churchill. De fato, ainda não inventaram uma maneira melhor de se viver em sociedade, seja na hora de decidir os rumos de uma nação, seja no momento de determinar quem lava a louça após o jantar. Agora, porém, os eleitores precisam abrir os olhos, pois em Minas as eleições deste ano prometem.

 

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