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Opinião
10/01/2018 15h43

Emílio Rodrigues

Nossa gente, nosso orgulho

Por Teresinha Maria Silveira Villela

Emílio Rodriguez nasceu a dois de junho de1911 em Entrimo, Província de Orense na Galícia. Sua história começa quando em 1919, D. Amorosa, sua mãe, deixa a Espanha emigrando para o Brasil. Com ela vinham os filhos: Benigno, José (Pepe) e Emílio, com apenas oito anos.

D. Amorosa vinha com o propósito de dar aos filhos uma vida melhor longe da tumultuada Europa, que sofrera muito com a Primeira Guerra Mundial. Na Espanha ficara Luíza, a filha mais velha que havia se casado pouco antes. Desembarcaram no porto de Santos e seguiram para o Rio de Janeiro, onde fixaram residência.

Emílio pouco estudou, pois muito cedo conseguiu trabalho como ajudante de fotógrafo no Pão de Açúcar, um dos pontos mais belos do Rio de Janeiro. Adorou o emprego e entusiasmado com a profissão, iniciou estudo sobre o efeito das sombras; a lidar com a aproximação de focos; a escolher ângulos e, enfim, de se embrenhar no mistério das revelações. Para ele, era o limiar de um mundo mágico o seu primeiro encontro com a arte fotográfica. Decidiu então aperfeiçoar-se ainda mais, mas encontrou sérias barreiras: só existiam livros técnicos sobre fotografia em inglês.

Emílio tinha uma personalidade forte; era decidido e não desanimava fácil. Resolveu estudar a língua inglesa, logo dominou o idioma. A partir de então a arte de fotografar não teve mais segredos para ele.

Sua família decidiu deixar o Rio de Janeiro e fixar residência no Sul de Minas Gerais. Cambuquira foi à cidade escolhida, porém, pouco tempo depois mudaram -se para São Lourenço.

Em 1934 Emílio Rodriguez conseguiu da Empresa de Águas de São Lourenço a concessão para montar um quiosque no parque, onde montou o seu laboratório fotográfico. Fotografava os “veranistas”, as paisagens do parque e vistas da cidade. Suas fotos eram de ótima qualidade e não sofreram a ação do tempo, deixando à cidade um imenso documentário fotográfico de época. Foi neste momento de sua vida que conheceu D. Leonor Cândido Ferraz, a D. Nenê. Casaram-se e desta união nasceram: Helinho, Daniel, Emilinho, Samuel e Verinha.

Naquela época todas as fotografias eram em preto e branco. D. Nenê foi o braço direito de Emílio, pois quando solicitada coloria os cartões postais ou as fotos dos turistas com anilina, pincel e algodão. Ficavam muito bonitos e não havia turista que não levasse de São Lourenço, suas fotos coloridas. Os cartões postais de São Lourenço eram levados a todos os cantos do Brasil e até ao exterior.

Emílio Rodriguez transmitiu suas experiências e amor à fotografia ao Emilinho, que o representa com fidelidade. Ele era conceituado professor particular de inglês. Não foi um homem rico, porém, foi um homem realizado. Fez da sua arte e do seu trabalho o grande motivo de sua vida e, da família o seu grande amor. Inteligente, realizou-se também como enxadrista. Amou São Lourenço como um filho extremoso. Retratou-a com o mesmo amor que Synésio Fagundes, Maciel Oliveira, Manoel Noronha e Mário Teixeira a cantaram na beleza de seus versos.

Emílio Rodriguez faleceu a 11 de junho de 1984, aos 73 anos de idade. Um artista não morre, vive para sempre na arte que o eternizou. Emílio Rodriguez passou a viver na beleza do São Lourenço antigo e na perfeição de suas fotografias.

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