09:01hs
Sexta Feira, 29 de Março de 2024

Leia nossas últimas edições

Leia agora o Correio do Papagaio - Edição 1836
Opinião
15/05/2018 14h14

MARIA JOSÉ SILVA GOUVEIA (Cotinha)

Nossa Gente , Nosso Orgulho - Por Teresinha Maria Silveira Villela

Maria José nasceu em Paraguassu, a 14 de abril de 1913. Era filha de Joaquim da Silva Filho e Maria do Carmo de Oliveira. Seu pai era fazendeiro em Paraguassu, mas, certa vez fez uma viagem à Silvestre Ferraz (Carmo de Minas) e ficou influenciado em comprar uma fazenda de café, naquela localidade. Voltou à sua terra, vendeu sua fazenda e comprou as terras que tanto o atraíram.

Sr. Joaquim era um homem abastado, e como tal, era reconhecido e, por este motivo, foi aceito como avalista de um amigo nos tempos áureos do café.
Nesta época o café enriquecia os grandes senhores de terra, apoiados pelos bancos e pelo governo. Mas, infelizmente houve uma mudança muito grande no cenário nacional; o café teve queda no mercado e levou de roldão fazendeiros, fazendas e ideais.
Sr. Joaquim foi obrigado a vender a fazenda para pagar o aval, apenas o seu nome escrito num papel no banco, mas que significava o nome de um homem honrado e de palavra.

Esta palavra empenhada custou caro, muito caro. Foi preciso mudar-se para São Lourenço e depois para São Paulo, onde certamente haveria emprego para as filhas e o faria esquecer as amarguras sofridas.

Maria José aos 17 anos formou-se Professora em Santa Rita do Sapucaí. No ano seguinte, Jurandir Cabral, professora do Grupo Escolar Melo Viana, resolveu retornar à sua terra natal, desistindo do cargo que em São Lourenço ocupava. Aparecia assim, a grande oportunidade para Maria José ingressar no magistério, apoiada por um chefe político. Pediu, então, ao Coronel José Justino, amigo de seu pai, que a ajudasse a conseguir o cargo, o que foi prontamente tendida.

No Grupo Escolar Melo Viana, Maria José permaneceu por 18 anos e seis meses. Foi, então, transferida para o Grupo Escolar Antonio Candido Mascarenhas, dirigido por D. Nair Castro de Oliveira, a qual a convocou para prestar serviços como auxiliar de diretoria. Mais tarde, Maria José tornou-se Diretora-substituta de D. Nair por dois anos, até que ela pudesse assumir novamente seu lugar, retorno justo e esperado.
Maria José casou-se a 22 de julho de 1939, com o português Armênio Pina Gouveia, com o qual teve três filhos: Albano, Alenice e Alda. Criou seu filhos com muito sacrifício. Conseguiu fazer de seu salário um milagre de sobrevivência, o que vem provar que embora pouco o dinheiro ganho com trabalho, honestidade, prazer em lecionar só pode render e se multiplicar.

A família foi crescendo com a de Dirce, Salvador e Vagner, filhos que Deus lhe deu por acréscimo com o casamento de seus filhos. Sete netos e um bisneto encheram sua vida de alegria, viu sua vida desdobrada em outras vidas, ternura de ser avó e dupla ternura de ser “bisa”.
Professora exigente, porém profundamente dedicada aos alunos, gostava de recordá-los, hoje homens realizados e formados. E, em uma pequena conversa ia citando suas travessuras ou dedicação aos estudos.

Eram muitos, e entre eles: Antonio Farid Lage, Gilsa Maria Taveira, Hilton Bacelar, Mauro Bacha Pereira, Michel Lage, Olavo Bento (Belezinha), Roberto Lopes, Talúsio Maciel, Pedro Chinait e outros.

Maria José não deixou mágoas por onde passou, por isso é sempre lembrada com carinho e saudade. Gostava de música e só não conseguiu realizar um sonho: estudar violino. Adorava ouvir músicas antigas relembrando as lindas serenatas, reuniões em casa de amigos e os bailes de sua mocidade. Sensível, sempre gostou de rosas, a rainha dos jardins.

Maria José não está mais entre nós, mas continuará sendo amada pelos amigos e venerada pelos ex-alunos. Reconhecendo seus valores, seu nome será reverenciado para sempre. Que Deus abençoe nossa querida Cotinha!

PUBLICIDADES
SIGA-NOS
CONTATO
Telefone: (35) 99965-4038
E-mail: comercial@correiodopapagaio.com.br
R. Dr. Olavo Gomes Pinto, 61 - Sala 207 - Centro - São Lourenço - MG