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Opinião
13/03/2014 10h59

Matéria de construção

Bebeto Andrade

Por Bebeto Andrade

Caetano Veloso gosta de repetir que no Brasil muita coisa parece construção e já é ruína. Um exemplo atual é o programa de moradias populares do governo, que em alguns casos já faz água nas tubulações, apresenta rachaduras nas paredes e, como não poderia deixar de ser, um rombo considerável no orçamento. Também já se tornaram comuns as imagens de escolas caindo aos pedaços, postos de saúde abandonados e delegacias jogadas às moscas, reflexos do descaso de nossos administradores com o dinheiro público.

Outro assunto que tem chamado a atenção é o preço astronômico gasto na reforma de alguns estádios para a copa do mundo. Pelo menos, todas as comparações feitas com países que já sediaram o evento, abaixo ou acima da linha do equador, dão o título mundial ao Brasil: nunca se gastou tanto para organizar alguns jogos de futebol. É claro que o material é de primeira e a exuberância das obras salta aos olhos, mas alguém duvida que tem gente levando uma boa comissão por fora?

Talvez seja por isso que o brasileiro se sente orgulhoso quando vê uma obra em andamento e, o que é melhor, percebe que os gastos são compatíveis com aquilo que está sendo feito. E aqui não estou falando de milhões de reais, de emendas de deputados nem de verba pública. Estou me referindo a uma sociedade que se reuniu e, com muita luta, vem fazendo a reforma de um prédio que faz parte da história de Cruzília, o CRE (Clube Recreativo Encruzilhadense).

Como se sabe, em 2014 o CRE comemora 100 anos de existência, e nada melhor do que presenteá-lo com uma boa reforma. E é aí que entram o empenho da diretoria e a colaboração dos associados, que tentam resgatar a importância e a funcionalidade de um prédio histórico, de relevância social e cultural. Acho até que a reforma do CRE, como toda obra que se preza, acabou contagiando a vizinhança e atingiu o nosso Cine Vitória, que também começa a receber melhoramentos.

Será uma espécie de “revitalização” do centro de Cruzília? Bom, se a palavra é pomposa, a realidade é simples e muito agradável: em breve, os cruzilienses poderão contar com dois espaços generosos para eventos sociais e culturais, tornando nossa cidade mais humana e, por que não dizer, feliz. Torço pra que essas iniciativas desmintam a frase de Caetano Veloso ou, ao menos, a tornem um pouco mais velha.

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