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Opinião
28/02/2013 11h26

Mulas sem cabeça

Mário d'Alcântara

Todo mundo conhece a fábula de Esopo sobre “A raposa e a Máscara”: uma raposa encontra uma linda máscara no chão, examina-a e diz:

- “Oh, quanta beleza! Mas não tem cérebro”.

De igual forma os sites, blogs e demais bugigangas que as empresas usam para divulgar seus produtos e serviços. Tudo lindo. Mas traduzem a realidade.

Sílvio Lefébre, um dos luminares do marketing no Brasil, publicou uma matéria no jornal PropMark, sobre este tema. Só que Sílvio colocou como título “Mulas Sem Cabeça”, que vem a dar no mesmo conceito da fábula da raposa acima citada. O texto é tão bom que eu me permito transcrever aqui alguns dos principais trechos, para reflexão de meus leitores, por concordar na integra com sua opinião:

“Mulas sem cabeça: este é o qualificativo que merecem muitos dos nossos profissionais de marketing, publicitários e outros tantos prestadores de serviços para marketing. Sim, pois nos sites de suas empresas se pode encontrar sempre uma auto-elogiosa descrição dos serviços que elas prestam, recheada de termos técnicos em inglês e por vezes até listas de clientes e portfólios de trabalhos. Só se acham ali os nomes das pessoas que assumem a responsabilidade pelo que é dito, ou seja, pelo que é oferecido.

Qualquer um de nós que esteja no ramo, mesmo há pouco tempo, sabe bem que, na promessa, todas as agências de propaganda, promoções ou de qualquer consultoria ou serviço de marketing são iguais, ou quase. A diferença, ou o “diferencial” (para ficar mais chique) é quem está por trás, ou seja, o talento, a experiência, a competência e, mais do que tudo, a seriedade dos seus donos e/ou dirigentes”.

(...)”É inacreditável que alguns desses profissionais que se posicionam como marqueteiros e grandes estrategistas em sua respectivas especialidades não percebam esta obviedade, ou seja, que o diferencial de suas empresas e do serviços que oferecem está neles mesmos, enquanto profissionais e principalmente enquanto pessoas”.

(...)”A relação de confiabilidade entre um cliente e uma empresa se faz entre pessoas determinadas, não entre marcas ou slogans. Se não fosse assim, quando as empresas fecham, são compradas, se subdividem ou quando as pessoas chave de confiança já não estão mais lá, para onde vai a maioria dos clientes senão para onde foi aquele profissional em que confiam, independente da empresa onde esteja no momento?”

(...)”Ora, se é tão evidente assim que, para uma empresa ganhar confiança dos consumidores, ela precisa mostrar uma “face humana”, por que será que tantas “sumidades” entre os prestadores de serviços de marketing simplesmente não botam seus nomes, seus currículos (e suas fotos!) nos sites das empresas em que estão? Será que acham que alguém vai contratá-las só pelas belas promessas que fazem seus sites, embora anônimas?”

(...)Em função disso faço uma recomendação bem prática a quem esteja procurando um fornecedor de serviços de marketing. Se o site da empresa não tiver a identificação bem detalhada de quem está por trás, descarte de imediato. Empresa dirigida por mulas sem cabeça só pode fazer burrice com o seu marketing também”.

Matou a cobra e mostrou o pau, Sílvio. Título Mulas sem cabeça.

Por Márío d’Alcântara

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