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Opinião
26/07/2012 16h10

Opinião Por gentileza, leia...

Por gentileza, leia...



“Aqui se faz aqui se paga”. “Quem semeia vento colhe tempestade”. Ou para sermos mais cartesianos: “Toda ação gera uma reação”. Numa visão mais holística: “O princípio de causa e efeito”. E, concluindo com uma proposição da psicologia: “Comportamento gera comportamento...”

Depois de devidamente fundamentado na sabedoria popular e em princípios mecânicos da física, não precisa muito para justificar que as pessoas vão reagir em consequência da forma como as abordamos ou as estimulamos. Não tem como controlar as variáveis inconscientes ou emocionais do outro, que pode nos surpreender ou fugir ao padrão comum mas, via de regra, se tratarmos bem uma pessoa, a resposta tende a ser similar. Se formos grosseiros ou inadequados, tendemos a receber o mesmo tipo de ação do interlocutor.

Nos dias atuais, em que ao longo do dia atuamos em diversos papéis e lidamos com muitas pessoas, acabamos tendo inúmeras possibilidades de termos convivências saudáveis e prazerosas e, ao mesmo tempo, de nos relacionarmos com pessoas entediantes, difíceis e mal educadas. Cabe a nós decidirmos como reagir a elas e como emitir nossa “proposta” de transação relacional.

Temos a possibilidade de analisar, escolher e decidir qual vai ser nosso comportamento diante do outro. Temos a liberdade de reagirmos de acordo com nossa vontade e interesse frente a qualquer tipo de estimulação e provocação das pessoas.

Então, pode-se propor que se formos zelosos e prudentes em nossas relações, poderemos ser mais bem recebidos, aceitos e ter nossos “objetivos” alcançados se demonstrarmos uma disposição para relações saudáveis e respeitáveis. Seremos vistos com mais receptividade se mostrarmos educação, gentileza e, quem sabe um sorriso ao interlocutor.

Certamente, ao chegarmos no trabalho e “distribuirmos” um coletivo “bom dia” ou carismático e verdadeiro “como vai você”, estaremos construindo pontes para bons relacionamentos e criando vínculos de receptividade e convivências futuras. Do contrário, se mantivermos uma “cara fechada”, um contínuo mal humor e uma grosseria recorrente, as pessoas vão gradativamente se afastando ou evitando essa “energia ruim”. Ninguém suporta ficar perto de pessoas que só reclamam, que põem defeito em tudo, que criticam a todos, que descrevem a vida como um martírio e os outros como inimigos potenciais. Apesar das inúmeras adversidades da vida, gostamos de pessoas alegres, otimistas, honestas, divertidas e bem humoradas.

O mesmo se pode dizer da gentileza. Quando tratamos pessoas, especialmente as estranhas ou recém apresentadas com gentileza, a tendência é a obtenção do mesmo comportamento do “outro lado”. Experimente fazer isso no pedágio, na loja, no supermercado, com a garota da “área azul” e verá que todos estão ansiosos por um afago, um sorriso, um muito obrigado ou uma conversa alegre e otimista. Da mesma forma, experimente tratar o atendente que está do outro lado do balcão de forma ríspida. Mesmo que seja sua obrigação atendê-lo bem, ele o fará de forma morosa e aborrecida. Vai endereçar-lhe uma energia pesada e negativa.

Gentileza gera gentileza. Em nossas relações familiares, profissionais ou mais próximas, nos acostumamos tanto com o outro, que passamos a negligenciar mesmo um simples bom dia à esposa, filhos, chefes, parentes, colegas, subordinados ou amigos. É como se a convivência fosse uma obrigação. Como se nos tratar bem fosse um dever do outro e não uma responsabilidade mútua e que carece receber investimentos conjuntos.

Gentileza gera gentileza. Aprendamos a dizer bom dia, por favor e obrigado, a sorrir gratuitamente, a ouvir o outro atentamente, a ser gentil, a se preocupar de fato com os amigos e com os estranhos. Afinal o que aqui se faz aqui também se recebe. Quem planta harmonia colhe tranquilidade. Toda ação voltada para a construção de relações positivas gera ambientes saudáveis. E, certamente, quem semeia gentileza colhe muitos amigos, muita admiração, muito respeito e uma reação muito afetiva do outro, mesmo que ser gentil acabe sendo um modo salutar de enxergar a vida e realizar-se na existência.

Por Christiano Villas Boas, empresário, escritor e professor na FACECA.



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