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Opinião
22/12/2016 11h17

Preservar; é conviver com a natureza!

José Luiz Ayres

Caminhávamos por aquele bosque, tranquilos e absortos, a desfrutar de uma paz em meio a perfumosa flora a exalar um aroma inebriante que nos proporcionava um bem estar reconfortante, quando ecoou pelo ar um estampido de um disparo seguidos de outros tantos, que sem dúvida nos assustou. Paralisados detrás de um eucalipto, agachados, permanecemos sobre tensão, afinal a vivência nos grandes centros urbanos vem mostrando que “bala perdida”, hoje, sempre é achada entre as vítimas que nada tem a ver com as consequências  de confrontos entre bandidos ou policiais e bandidos.

Apreensivos, aguardando o desenrolar da coisa, de súbito surge à curva do caminho, um cidadão tendo ao ombro uma espingarda, nos parecia, pois se notava um cano junto a sua cabeça a elevar-se e conduzia à mão uma ave, que pela distância não dava para distinguir de qual espécie seria. Ao se aproximar, agora mais sossegados quanto a origens dos tiros, observei tratar-se de um belo exemplar emigrante do hemisférico norte reconhecido como “Falcão do rabo amarelo”, que entre nós é chamado de “Gavião Carijó”, um contumaz predador que faz parte do equilíbrio ecológico. Lamentando pelo abate predatório e triste por presenciar tal atrocidade, abordei- o indagando o porquê da façanha.  Sorrindo, ergue o animal a mostra-lo todo esfacelado a dizer que este bicho é um “assassino” nato e tem que ser exterminado, pois afugenta e mata os pássaros da nossa região. Solicitando para examiná-lo, no que me foi concedido, observei que numa das pernas tinha uma anilha em que se lia: U.S. 0156 PBO. Posteriormente, no Rio de Janeiro, fui ao consulado americano e obtive a informação que aquela ave pertencia ao grupo de aves migratórias, catalogadas, que faziam parte de estudos ornitólogos, da universidade de Nova Orleans incluídas ao grupo dos predadores como: Águias, Condores, Falcões, Corujas entre outras espécies carnívoras, que costumam migrar durante o inverno ao sul da América à procura do alimento pela sua sobrevivência. Diante da informação científica, nada me restou, se não pedir desculpas em nome da consciência de nós brasileiros pelo abate criminoso do pobre animal, que veio depois de 10,000 km, perecer na mão de um inconsequente às matas de Lumiar, distrito de Nova Friburgo.

Moral da história: Na natureza, cada ser vivente tem o seu papel nessa cadeia ecológica na busca de mantermos sob o equilíbrio fundamental; ou seja, a vida de todos nós viventes.

Ah... nós “turistas Ecológicos” quando nos vemos diante de monstruosidades que nos trazem indignação, sem que possamos fazer nada a não ser lamentar, de fato somos uns eternos pitorescos aos olhos insensíveis desses algozes contumazes, cujo amor pela vida é mera naturalidade.

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