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Regional
16/03/2017 10h15

Manifestação contra a reforma da Previdência em São Lourenço

Em apoio ao movimento nacional, professores e servidores da Rede Municipal de Educação organizam manifesto no centro da cidade

Militantes caminham pelo centro da cidade contra reforma da Previdência

Por Marina Ibba

A quarta-feira, dia 15 de março, foi a data escolhida por milhares de trabalhadores de todo o país para manifestar contra a chamada Reforma da Previdência. Todas as capitais brasileiras foram palco de manifestações, atos e paralisações de categorias.

Em São Lourenço mais de 200 pessoas, entre professores e funcionários das escolas municipais e estaduais, reuniram-se na Praça Brasil, às 13h e saíram em passeata pelo centro da cidade para manifestar contra a Reforma da Previdência.  Ao todo, a cidade tem 8 escolas municipais e 7 estaduais. Dentre as escolas do Estado, quatro já estão em greve por tempo indeterminado.

De acordo com a Secretaria Municipal de Educação de São Lourenço, 90% das escolas municipais aderiram à paralisação nacional e apenas uma creche teve as atividades encerradas nesta quarta-feira. Na rede estadual, as instituições paralisaram as atividades e algumas entram em greve por tempo indeterminado.

A única creche da cidade, que teve as atividades paralisadas, é a CEMEI Professora Noêmia Goulart Ferreira, que atende 250 crianças.  A diretora, Manuele Nogueira Carneiro, fala sobre a importância da manifestação para a educação. “Esse tipo de protesto precisa acontecer para que haja um futuro, principalmente, para os alunos. Eles serão os mais prejudicados em longo prazo”, declara.

A reforma da Previdência pretende mudar a idade mínima de aposentadoria para 65 anos tanto para homens quanto para as mulheres e aumentar o tempo de contribuição de 15 para 25 anos. Estudos apontam que a expectativa de vida nas periferias, onde se concentra a maior parte da classe trabalhadora, é de 58 anos. Pela proposta, grande parte dos brasileiros deve morrer sem conseguir se aposentar.

A professora Sandra Motta atuou durante 30 anos na sala de aula, hoje, devido às mudanças que estão acontecendo, está aposentada e ainda aguarda a liberação do dinheiro. “O problema é a forma como a transferência do dinheiro é feita. Devemos lutar por mudanças e não podemos deixar que sejamos desfalcados por isso”, indaga.

Em São Lourenço, a iniciativa da manifestação é da Rede Municipal de ensino que contou com o apoio dos sindicatos e também de servidores estaduais. Romeu Olive é professor de história há 21 anos na rede estadual e comenta a iniciativa e relevância do movimento em âmbito nacional. “Estou aqui para fortalecer o movimento contrário à reforma da previdência e também contra os acordos que não foram cumpridos por nosso governador. Nós estamos sempre manifestando porque não podemos nos calar. Dessa vez nós conseguimos unir tanto professores do Estado quanto professores do Município, aqui em São Lourenço”, destaca o professor.  

As manifestações desta quarta-feira foram organizadas pelas centrais sindicais, além de movimentos como CUT, CTB, CNTE, Frente Brasil Popular e Frente Povo Sem Medo. Centros estudantis também participam da mobilização. Em algumas cidades do país, os protestos tiveram início às 6 da manhã.
Reinaldo da Silva Felipe é concursado da Rede Municipal de Educação há 12 anos e também está preocupado com a reforma. “Eu aderi ao movimento porque eu tenho 48 anos de idade e 30 de contribuição no INSS. Agora, com a reforma, terei que trabalhar mais 20 anos para me aposentar. Esta é a maneira que nós temos de nos manifestar e dizer não a essa mudança”, relata.

Diretora de Desenvolvimento do Ensino de São Lourenço, Daniela Aparecida Amaral Bacha, esclarece que a posição do município é democrática e apoia a iniciativa dos professores de adesão ao movimento nacional. Ainda de acordo com Daniela, as escolas municipais informaram a decisão de participar da paralisação para a Secretaria Municipal de Educação e também aos pais dos alunos, com antecedência.

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