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09/06/2010 09h35

Solenidade de Corpus Christi comemora o milagre da Eucaristia

Solenidade de Corpus Christi comemora o milagre da Eucaristia

Anualmente, há mais de 7 séculos, milhões de fiéis católicos celebram no Brasil e em várias partes do mundo a solenidade de Corpus Christi. A expressão, originalmente em latim, significa “Corpo de Cristo” e é celebrada na quinta-feira – geralmente a primeira do mês de junho – após a festa da Santíssima Trindade. É uma festa litúrgica que integra o calendário católico. Sua prática remonta ao século XII e foi instituída em 1264 pelo então papa Urbano IV, através da bula papal “Transiturus de Hoc Mundo”.
A solenidade nasceu a partir de um fato extraordinário e reconhecido pela Igreja, ocorrido em 1247, na diocese de Liége (Bélgica), envolvendo uma monja agostiniana: Juliana de Cornillon (1193 - 1258). De acordo com fatos históricos, num dia do ano de 1208, durante suas orações, Juliana teve a visão de um astro, um corpo celeste semelhante a uma lua cheia brilhante, mas com uma pequena incisão preta. Com receio de se tratar de uma ilusão maligna, a religiosa suplicou fervorosamente a Jesus que lhe esclarecesse aquela manifestação sobrenatural – que passou a acontecer todos os dias. Somente após dois anos, o próprio Cristo lhe revelou o significado. A lua representava a Igreja Católica e as festas litúrgicas já existentes, e a incisão preta significava a falta de uma solenidade em honra ao sacramento da Eucaristia.
Posteriormente, no momento oportuno, Juliana comunicou o fato ao então bispo de Liége, dom Roberto de Thorote, ao doutor Dominico Hugh, e também ao então bispo dominicano Jacques de Pantaleón que, anos depois, seria eleito papa sob o nome de Urbano IV.
No Brasil, a festa foi instituída em 1961. A tradição de enfeitar as ruas com tapetes ornamentados teve origem em Ouro Preto e a prática logo foi adotada em diversas dioceses do país.
A liturgia do dia inclui a celebração de uma missa solene onde são consagradas duas hóstias grandes: uma é consumida na comunhão da própria celebração e a outra, ao final da missa e antes da procissão, é colocada num objeto sacro denominado “ostensório”. Após vestir os paramentos próprios (capa e véu geralmente na cor branca) o sacerdote conduz em procissão o Santíssimo Sacramento pelas ruas da cidade, protegido por outro objeto sacro, denominado “pálio”.

Saiba mais

A palavra Eucaristia vem do grego e significa “reconhecimento”, “ação de graças”. Na Igreja Católica é sinônimo também de “ceia” e “comunhão” – a comunhão participativa no Corpo e Sangue de Cristo, vivo e presente. A Eucaristia também é um dos sete sacramentos administrados pela Igreja Católica e precede a Crisma.
A doutrina católica confessa a presença real de Jesus Cristo, em seu Corpo, Sangue, alma e divindade, após a transubstanciação do pão e do vinho, que ocorre durante a consagração, na missa. Ou seja, a aparência física permanece de pão e vinho, porém, numa dimensão sobrenatural a substância se modifica e passa a ser o próprio Corpo e Sangue de Cristo.

O milagre de Lanciano

Ao longo da história do cristianismo, um dos fatos mais extraordinários e que até os nossos dias chama a atenção de cientistas, pesquisadores e até céticos é o milagre eucarístico ocorrido em Lanciano – uma pequena cidade localizada a leste de Roma, próxima ao mar Adriático, onde nasceu Longino: o centurião romano que aparece nas narrativas dos evangelhos por ter dado o golpe de lança em Jesus crucificado e que, posteriormente, se converteu ao cristianismo.
No século VIII, na igreja do mosteiro de São Legoziano, onde viviam os monges da ordem Basiliana (de São Basílio), um monge celebrava as missas diárias atormentado por uma dúvida sobre a legitimidade da real presença de Jesus na eucaristia, ou seja: a transubstanciação das frações do pão e do vinho em Corpo e Sangue de Cristo, no ato da consagração.
Numa manhã do ano 700, após as palavras consagratórias, ao abrir os olhos o sacerdote foi tomado por grande temor: na patena sobre o altar, no lugar da tradicional hóstia branca, havia um pedaço de carne; no cálice, no lugar do tradicional vinho havia sangue – que imediatamente se coagulou em cinco fragmentos de tamanhos e formas diferentes.
A partir de 1574, além dos reconhecimentos eclesiásticos, acrescentaram-se pronunciamentos científicos ao milagre. Em novembro de 1970 os Frades Menores Conventuais, responsáveis pela guarda das substâncias, submeteram as espécies à análise científica, coordenada pelo doutor Odoardo Linoli, chefe de Serviço dos Hospitais Reunidos de Arezzo, livre docente de Anatomia e de Histologia Patológica, e de Química e Microscopia Clínica; e ao professor Ruggero Bertelli, emérito de Economia na Universidade de Siena.
Após uma série de análises e constatações, o parecer foi publicado em "Quaderni Sclavo di diagnostica clinica e di laboratório", 1971, fasc. 3, Grafiche Meini, Siena, concluindo que: 1. A carne é carne verdadeira; 2. O sangue é sangue verdadeiro; 3. A carne seria do tecido muscular do coração (contém, em seção, o miocárdio, endocárdio, o nervo vago e, no considerável espessor do miocárdio, o ventrículo cardíaco esquerdo); 4. A carne e o sangue seriam do mesmo tipo sangüíneo (AB) e pertencem à espécie humana; 5. No sangue teriam sido encontrados, além das proteínas normais, os minerais cloreto, fósforo, magnésio, potássio, sódio e cálcio; 6. As proteínas observadas no sangue teriam sido encontradas normalmente fracionadas em percentagem a respeito da situação seroproteínica do sangue vivo normal. Ou, seja, é sangue de uma pessoa viva. A conservação da carne e do sangue, deixados em estado natural por mais de 12 séculos e expostos à ação de agentes físicos, atmosféricos e biológicos constitui um fenômeno extraordinário.
Supõe-se que o sangue "AB" é o tipo de sangue encontrado no Santo Sudário. Este tipo sanguíneo é muito comum no povo judeu.
Outro fato interessante é que os cinco fragmentos de sangue, ao serem pesados têm exatamente o mesmo peso. Não importa a combinação. Tanto faz pesar um, dois ou todos, eles têm sempre o mesmo peso.
As espécies permanecem em exposição e visitação permanente dos fiéis até os dias atuais, na igreja de Lanciano.

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