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São Lourenço - Notícias
06/01/2018 14h05

Campanha sugere que pais usem menos o celular e brinquem mais

Á iniciativa da campanha conclama médicos a alertar sobre riscos da omissão de pais e cuidadores por uso abusivo de meios virtuais

Quanto do tempo que você fica no celular poderia ser utilizado para brincar com seus filhos? Essa é uma das provocações propostas pela campanha “Conecte-se com o que importa”, criada pela Associação dos Amigos do Hospital de Clínicas da UFPR, de Curitiba (PR).

Refletindo sobre diferentes aspectos da violência virtual, o objetivo da ação é alertar para mais uma forma de abandono infantil: o uso excessivo dos celulares no ambiente doméstico e a falta de atenção de mães e pais.

De acordo com Luiz Ernesto Pujol, Secretário-Geral do CRM-PR, casos de negligência na atenção familiar às crianças e adolescentes em decorrência do uso abusivo dos meios eletrônicos têm se tornado cada vez mais frequentes.

A campanha “Conecte-se ao que importa” está sendo deflagrada no âmbito do Paraná pelo Programa Dedica – Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, acolhido na Associação dos Amigos do Hospital de Clínicas. Tem o propósito de enfrentamento de uma das formas atuais do abandono, caracterizada como violência virtual, que se inicia com a negligência dos pais e cuidadores de grande parte das crianças e adolescentes pelo desvio de seus olhares e atenção para as telas do mundo virtual. Alertar para esta situação de omissão do cuidar é o objetivo da primeira etapa da campanha, que tem a parceria e apoio institucional do Conselho Regional de Medicina do Paraná.

O “Conecte-se ao que importa” está amparado numa campanha publicitária criada pela Tif Comunicação, uma das organizações parceiros da Associação. As peças começam a ser reproduzidas também pelo Conselho de Medicina em seus meios, conforme decisão homologada na sessão plenária desta última segunda-feira (11). Em breve estará disponível um portal com informações gerais e as peças da campanha (www.programadedica.org.br), focada principalmente na omissão que advém da chamada “Síndrome Nomofóbica”, com o uso excessivo da internet, e que se soma à rotina dos shoppings e a violência das ruas.

Riscos do uso abusivo dos meios virtuais

“Na sequência da campanha queremos falar sobre os danos do uso excessivo das telas e comunicação a distância que passam a fazer parte dos hábitos e, depois, das necessidades de muitas crianças e adolescentes. Levam ao isolamento social, diminuição na formação de instrumentos psíquicos para lidar com o outro e consigo mesmo, danos à saúde pelo sedentarismo, à visão e à estruturação óssea, além de atraso no desenvolvimento neuropsicomotor e de aprendizagem, não ligados às habilidades do teclar e deslizar os dedos sobre as telas”. O esclarecimento é feito pela médica coordenadora do Programa Dedica, Luci Pfeiffer.

Ela reforça: “Da necessidade do uso, parte-se para os vícios e hoje se tem a Síndrome de Nomofobia ou No Mobyle Phobia em pessoas de todas as idades e profissões, inclusive da área médica, que não conseguem passar algumas horas longe de seus aparelhos celulares. Ao mesmo tempo, surgem os adictos à internet, com sinais de dependência que os retiram da vida comum, bem como síndromes de isolamento com o humano, sendo exemplo a síndrome do celibato, quando adolescentes e adultos preferem o relacionamento com parceiros virtuais, criados aos seus gostos e desvios psíquicos”.

Em ofício dirigido ao Conselho, o presidente da Associação Amigos do HC, Euclides Scalco, e o tesoureiro Gerson Zafalon Martins, destacam que o terceiro objetivo da campanha será abordar os riscos do uso abusivo e não controlado dos meios virtuais. “Lamentavelmente, é nítido que o antigo conselho de pais a seus filhos, de não conversar com estranhos, caiu em desuso. As crianças e adolescentes de hoje não apenas dominam o uso destes instrumentos fantásticos de comunicação e acesso ao conhecimento científico e de convivência saudável. Abrem as portas de suas casas e psiquismo para incontáveis estranhos, que cometem bullying, que ensinam formas de sofrer e de acabar com a vida e ainda trazem conteúdos de pornografia e pedofilia”, assinalam.

A coordenadora diz que o Programa Dedica, por meio de profissionais voluntários, por mais de uma década atuou de modo a capacitar e promover instrumentos de defesa e assistência a crianças e adolescentes em situações de violência grave ou gravíssima, bem como de orientações e encaminhamentos necessários aos responsáveis e agressores. A médica Luci Pfeiffer complementou que esta experiência está empregada na atual campanha, como forma de impedir o avanço desta ação contemporânea de vitimização da infância.

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