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São Lourenço - Notícias
29/01/2015 09h14

História de solidariedade e amor ao próximo na vida de D. Daisy

“Agradeço muito por você fazer parte da minha viagem. Por mais que nossos assentos não estejam lado a lado, o vagão com certeza é o mesmo” - Dona Daisy

Daisy Arantes Ramalho nasceu em Assis, no interior de São Paulo, a 2 de fevereiro de 1931. Aos cinco anos de idade mudou-se para Santo André (SP) com os seus pais. Sua mãe faleceu quando ela tinha 9 anos, e o pai, maçom, espírita e policial, era uma pessoa severa e a sua infância foi marcada por violência e disciplina. “Eu comecei a sofrer com dois ou três anos de idade”, relembra.  A rigidez de seu pai também não permitiu que ela estudasse enfermagem como ela tanto queria.

Aos 19 anos se casou com um rapaz que trabalhava no escritório de seu pai, para se libertar dele, mas também sofreu com o marido, que ainda trazia a rigidez machista daquela época.

Teve três filhos, Lia Maria, Lilian Maria e João José, mas o casamento terminou quando o seu marido decidiu ficar com outra mulher. Naquela época o desquite não era bem visto, mas mesmo assim Daisy não desistiu.

Finalmente pôde seguir seu sonho: estudar enfermagem. Após terminar os estudos trabalhou 30 anos como enfermeira na capital paulista, durante os quais trabalhou 15 anos como enfermeira do trabalho na empresa ‘Discos Copacabana’, ganhando experiência e desenvolvendo o amor ao próximo. “Eu era feliz, fazia o que eu gostava. Meus filhos crescendo, estudando”, conta Daisy. Depois de se aposentar mudou-se para o sul de Minas com a sua filha do meio, Lilian Maria, e seu neto, Benjamin, e está na região há 23 anos.

Em Soledade de Minas, Daisy trabalhou na APAE e abriu a primeira porta para os Alcóolicos Anônimos (AA) da cidade, além de dar palestras na Igreja de Soledade, onde criou profundos laços de amizade com o padre local. “Às vezes, quando precisavam, iam me buscar em casa de madrugada para ajudar as pessoas”, relembra.

Hoje, com 83 anos, Daisy, mora em São Lourenço e continua trabalhando solidariamente. “Muita coisa eu fiz, muita coisa eu tentei fazer. Não fiquei parada”, ressalta. Até hoje participa ativamente na Casa dos Meninos e todo o sábado visita o presídio da cidade. “Nosso tempo é sagrado e precisamos usar esse tempo para fazer alguma coisa por alguém”, afirma.

Há 3 anos o mal de Parkinson começou a tomar conta do seu corpo. Sendo uma doença degenerativa está se agravando aos poucos. Não consegue mais fazer tantas coisas quanto fazia, nem ser tão ativa. Mas mesmo assim sua história, suas ações e sua perseverança são contagiantes e exemplos de vida. As dificuldades apenas a fizeram mais forte e mais segura de sua caminhada. Daisy tem uma força de guerreira e de uma mãe carinhosa que acolhe todos em seus braços.

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