19:51hs
Sexta Feira, 19 de Abril de 2024
São Lourenço - Notícias
23/03/2018 09h03

Prejuízos a Nestlé em São Lourenço ultrapassou R$ 600 mil com a invasão

A invasão ocorreu com o objetivo de chamar atenção para a entrega dos recursos hídricos brasileiros a corporações internacionais


Os danos a unidade da Nestlé em São Lourenço ultrapassaram os R$ 600 mil durante a invasão por mulheres do Movimento Sem Terra (MST), na terça-feira, 21. O objetivo da ocupação foi denunciar a entrega das águas minerais para as corporações multinacionais, a exploração predatória e desmineralização das águas consideradas medicinais.
As cerca de 450 manifestantes, vindas do Rio de Janeiro e outros estados, chegaram até São Lourenço em nove ônibus de turismo fretados pelo MST. Para acessar a área interna sem autorização, elas danificaram o portão principal e foram até a linha de produção. Foi danificado o equipamento que faz a inspeção das garrafas. Além disso, foram arrombadas portas e paredes pichadas. Um aparelho de celular de um funcionário foi furtado.
Os ônibus foram interceptados pelos policiais militares. Segundo a PM foi realizada uma busca nos ônibus e a ocorrência foi acompanhada pela advogada do movimento. Os bombeiros compareceram ao local da ocorrência para prestar assistência a possíveis emergências, que não houve.
“A advogada ficou de apresentar as lideranças para facilitar a identificação da autoria dos danos e do furto ocorrido, contudo tal apresentação não ocorreu. Diante do fato, foi procedida busca pessoal nas passageiras, feita por policiais femininas, bem como uma vistoria nos coletivos, não sendo nada de irregular constatado”, informou a Assessoria de Comunicação do 57º Batalhão.
Após a ocorrência, os ônibus foram escoltados até a saída da cidade. A Assessoria de Comunicação ainda informou que “A Polícia Militar não recebeu nenhum comunicado sobre a realização de qualquer ato nesta data, na cidade de São Lourenço. Durante toda a ação policial, não houve uso de força física, emprego de armamento ou instrumento de menor potencial ofensivo”.
Segundo o site do MST, a manifestação também tem relação com a discussão da Nestle com o presidente Michel Temer para entrega do Aquífero Guarani às multinacionais. “Em janeiro de 2018, Michel Temer e o presidente da Nestlé, Paul Bulcke, se reuniram para discutir a exploração do Aquífero Guarani. A reserva abrange quatro países. Após as vitórias dos conservadores na Argentina e golpes de Estado no Paraguai e no Brasil, somente o Uruguai poderia colocar empecilhos à privatização”, informou o site.
Em nota ao Jornal Correio do Papagaio, a Nestlé informou que a invasão a unidade da empresa em São Lourenço não deixou feridos. A companhia reitera que respeita a liberdade de expressão e opinião, mas lamenta que a manifestação tenha gerado danos nas instalações, local de trabalho de mais de 80 colaboradores.
A Nestlé informa, ainda, que está totalmente comprometida com a administração sustentável dos recursos hídricos e o direito humano à água. Em todos os locais onde extrai água, realiza estudos de recursos hídricos e monitora frequentemente as retiradas para garantir que não afetem as bacias hidrográficas locais e os aquíferos. A companhia não extrai água de qualquer parte do Aquífero Guarani na América do Sul, inclusive no Brasil. Não temos planos para extração no aquífero e nem discutimos esse assunto com as autoridades brasileiras. As informações que dizem o contrário são incorretas.


PUBLICIDADES
SIGA-NOS
CONTATO
Telefone: (35) 99965-4038
E-mail: comercial@correiodopapagaio.com.br