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São Lourenço - Notícias
11/04/2011 15h33

São Lourenço Trupe da cidade leva técnica do teatro negro ao Festival de Curitiba

Trupe de São Lourenço leva técnica do teatro negro ao Festival de Curitiba

Cia. Teatral Censura Livre, sob a direção de Cy Andrade, fica em cartaz até terça (5)


Trupe de São Lourenço leva técnica do teatro negro ao Festival de CuritibaCom a roupa de quem espera um frio daqueles, o pequeno Sócrates foi assistir ao teatro negro. Apesar de ir a espetáculos vez outra com os pais, pela primeira vez o garoto de 4 anos apreciou tal gênero teatral. Parênteses: estética de grande entusiasmo em Praga, o teatro negro tomou no Festival de Curitiba contornos de mineiridade. "Brasileirinhos Uma História Reinventada" tem a assinatura da Cia. Teatral Censura Livre, radicada em São Lourenço, no Sul de Minas Gerais.

Toda atenção que exercitou durante a encenação da peça, no começo da tarde deste sábado (2); Sócrates deixou de lado quando saiu do Mini-Guaíra, palco de "Brasileirinhos...". Ao ser instigado sobre a parte que mais o agradou na montagem, o garoto não titubeou. Foi logo dizendo: a do pato. "Achei ele engraçado", disse e voltou para farra entre as pernas da mãe, Maira Souto. A novidade da estética do teatro negro também bateu aos olhos da mãe e de Alessandro, pai do menino. "Achei interessante a técnica e fiquei me perguntando como aquilo é feito", contou Maira.

Por outro lado, o gênero não foi decisivo durante a escolha para adiversão. O que atraiu os pais de Sócrates foram as músicas da montagem, extraídas do cancioneiro de Vinicius de Moraes, Chico Buarque e Toquinho. "Gostamos muito deles e queríamos apresentar Sócrates a suas canções", explicou. Alessandro, que só observada o papo, entrou na conversa: "A história do palhaço que se apaixona pela boneca de pano também chamou a nossa atenção...", completou.



O espetáculo


Trupe de São Lourenço leva técnica do teatro negro ao Festival de CuritibaA partir da técnica do teatro negro, a Cia. Censura Livre leva aos olhos da plateia uma incursão pela palavra amor. Não à toa, salpica a trama com a fábula de um palhaço que, sem perceber, se vê apaixonado por uma boneca de pano. "Também apresentamos outras formas de, como a de pai para filho, mas sem cair no estereótipo", conta Cy Andrade, o diretor da montagem. Aos ouvidos, a montagem revisita canções da tríade Vinicius, Chico e Toquinho, como "Aquarela", "Piruetas", entre outras. "Ao invés de uma história contada, ficou cantada", define.



A performance


Trupe de São Lourenço leva técnica do teatro negro ao Festival de CuritibaEm "Brasileirinhos...", a trupe mineira mostra o domínio da técnica do teatro de sombras, há 15 anos em ebulição na cabeça do diretor, exercida pelo grupo. Ao espectador, cabe desfrutar de momentos líricos (poucos, por sinal, mas tocantes), como no instante em que o palhaço propõe o surgimento de um jardim ou na cena de "Aquarela", quando figuras geométricas constroem a simbologia da canção. A virtuose dos artistas, por exemplo, durante a canção "Piruetas"; conduz perfeitamente a plateia pelo universo circense das acrobacias, além de enfatizar as potencialidades do espetáculo.

Em compensação, a figura do palhaço, responsável por alinhavar a trama, recai sobre o superficial. Não se enxerga técnica (nem estudo) de clowneria em nenhum momento de sua aparição. O gestual, na maioria das vezes, acampa-se no terreno do clichê. O mesmo se pode dizer dos instantes em que, sob a luz dos refletores, os atores propõem discussões (outra vez, superficiais), como a da importância dos bebês. A interpretação do elenco, um tanto infantilizada, desvirtua a qualidade sólida empregada pela trupe durante os instantes de domínio da técnica do teatro negro.

*O jornalista viajou a convite da organização do Festival de Curitiba

 

fonte: EPTV

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