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27/01/2015 09h10

As relações humanas são o segredo de ‘The Fall’

O jogo de gato e rato entre a detetive superintendente Stella Gibson (Gillian Anderson) e o serial killer Paul Spector (Jamie Dornan) fica ainda mais tenso na segunda temporada de The Fall, criada por Allan Cubitt. Os seis episódios já estão disponíveis no Netflix.

O forte da série inglesa produzida pela BBC e rodada em Belfast, na Irlanda do Norte, são seus personagens e as relações complexas estabelecidas entre eles. Gibson, que chega de Londres para investigar um crime não resolvido, é uma mulher competente num meio ainda predominantemente masculino, que choca seus pares ao convidar diretamente um detetive para visitá-la em seu hotel, numa de suas primeiras noites na cidade. "Stella é uma das personagens favoritas da minha carreira", disse Gillian Anderson, famosa por viver a Agente Scully na série Arquivo X, num painel durante a turnê de imprensa da Television Critics Association, em Pasadena, Califórnia. Para Cubitt, criar uma protagonista feminina era uma escolha óbvia. "Tenho intenções feministas na minha escrita, então fazia sentido que a pessoa carregando o show fosse uma mulher", disse.

The Fall discute muito as relações entre homens e mulheres, das investidas um tanto agressivas de um colega de profissão em relação a Stella ao abuso físico que uma das pacientes de Spector sofre do marido. "Acho que o impacto de The Fall vem da noção de uma continuidade nos comportamentos masculinos. Claro que o caso de Paul é mais extremo", afirmou Cubitt. Spector também tem uma relação complicada com a adolescente Katie (Aisling Franciosi). "É parte dele a necessidade de corromper", explicou Cobitt sobre a dinâmica entre os dois.
"Spector sempre procura exercitar sua vontade, seu poder, seu controle. Katie cai nisso, fica um pouco lisonjeada com a atenção. É um comportamento adolescente normal. Mas talvez ela sofra consequências na segunda temporada."
Katie foi baby-sitter dos filhos de Spector e usada como álibi quando ele precisou explicar suas ausências noturnas para a mulher, Sally Ann (Bronagh Waugh) - no final da primeira temporada, a família tenta se recuperar do baque da falsa traição mudando-se para a Escócia.

Por isso o assassino de mulheres é tão surpreendente: Paul trabalha como terapeuta, é casado e carinhoso com os filhos. "Há qualidades que o tornam de alguma maneira normal", disse Dornan. O ator se inspirou no matador em série Ted Bundy, que mantinha namoros e chegou a trabalhar para o Partido Republicano, mas confessou o assassinato de 30 mulheres entre 1974 e 1978.

Para Allan Cubitt, essa normalidade é desconcertante. "Spector não tem poderes sobrenaturais. É um homem comum. Houve uma tentativa deliberada de aproximá-lo do público. E isso não é muito visto nos filmes e seriados sobre assassinos."
Para Dornan, fazer as cenas em que ataca as vítimas foi muito difícil. "Você precisa confiar no profissionalismo, mas somos todos seres humanos. É uma posição bizarra de estar", afirmou. Ele tenta aliviar a tensão com suas companheiras de elenco fazendo piadas. "Peço desculpas antecipadas também, se for uma cena muito bruta. E digo que não vou ter nenhum prazer fazendo aquilo." O irlandês de 32 anos está prestes a ficar muito famoso por causa da adaptação de Cinquenta Tons de Cinza, em que interpreta Christian Grey, o bilionário chegado em sadomasoquismo que conquista a ingênua estudante Anastasia Steele (Dakota Johnson). Como se vê, ele curte um sujeito difícil. "Sou um cara bem complicado", disse, em tom de brincadeira. "Você sempre quer fazer papéis que o desafiem e deem um pouco de medo, com os quais possa descobrir algo sobre si mesmo que não entendia." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Estadão Conteúdo
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