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10/11/2014 16h10

'Cânone Gráfico' reúne a versão de grandes quadrinistas

O clique surgiu quando o americano Russ Kick folheava uma versão em quadrinhos do clássico O Processo, de Franz Kafka. Apelidado de "arqueólogo da informação" pelo jornal New York Times por causa das antologias que já lançou, Kick logo vislumbrou outra. "Percebi a enorme quantidade de adaptações literárias em HQ que havia sido publicada nos últimos anos", disse ele, que começou a reunir o que já havia sido feito e, ao encontrar lacunas, encomendou novas versões.

O resultado ultrapassou suas expectativas e, ao invés de montar apenas um volume, acabou organizando três - e é justamente o primeiro tomo de Cânone Gráfico - Clássicos da Literatura Universal em Quadrinhos que chega agora às livrarias brasileiras pela editora Boitempo, que inaugura seu selo de HQs, Barricada.

A Epopeia de Gilgamesh, o mais antigo poema épico do mundo (foi escrito em torno do ano 1000 a. C., na Babilônia), abre o primeiro tomo, que passa por clássicos gregos, utiliza textos da Bíblia, sobrevoa o Japão antigo (Murasaki Shikibu) e terras incas (Popol Vuh) até chegar a Dante, Shakespeare, Cervantes, Voltaire e terminar com As Ligações Perigosas, de Choderlos de Laclos, ou seja, até o final do século 18. No total, são 51 romances gráficos.

Os outros dois volumes que completam a série, avançando até a literatura contemporânea (A Piada Infinita, de David Foster Wallace, vai fechar o terceiro), serão lançados respectivamente em 2015 e 2016.

Kick conta que a escolha dos artistas foi tão criteriosa quanto à das obras clássicas. As adaptações foram feitas de maneira independente, com cada autor mantendo o próprio estilo. Com isso, ele conseguiu reunir ícones das artes gráficas atuais, como Will Eisner, Robert Crumb, Hunt Emerson, Molly Crabapple, Seymour Chwast e Peter Kuper. Um brasileiro também está presente no time - Kako, que vive em São Paulo, ficou responsável pela versão de Crime e Castigo, de Fiodor Dostoievski.

"Cada peça vale por si, mas juntas formam um vasto caleidoscópio de arte e literatura", observa Kick. "Um arco-íris de abordagens visuais foi aplicado ao tesouro dos grandes escritos do mundo, e algo maravilhosamente novo ganhou forma."

Caprichada, a edição brasileira só falha por não contar com algumas histórias (como Coiote e os Seixos, conto dos índios americanos), por questões de direitos autorais.

Fonte: Estadão Conteúdo
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