11/09/2014 10h10
'Zelal' debate a condição da mulher no Egito
Se filmar no Egito ainda é tarefa árdua para qualquer realizador, filmar um documentário sobre instituições psiquiátricas do paÃs exige um esforço ainda maior. Pois o tema delicado, o processo de pedido e autorização de acesso a dois hospitais do Cairo e o preconceito que a sociedade em geral ainda tem com o tema não intimidaram os diretores Mustapha Hasnaqui e Marianne Khoury.
Marianne é uma das mais prestigiadas cineastas do universo árabe e foi a primeira a registrar o cotidiano dos hospitais psiquiátricos de seu paÃs. Ela, a propósito, esteve em São Paulo no final de agosto para debater seu filme na sessão Cinema EgÃpcio Contemporâneo da 9ª Mostra Mundo Ãrabe de Cinema, que ocorre até terça-feira, 16, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Acalorado, o debate levantou não só a questão do tratamento de pacientes psiquiátricos como também a condição da mulher no Egito.
Hoje, o público tem uma segunda chance de assistir a Zelal, à s 16h no CCBB. É rara oportunidade para se adentrar nos meandros da sociedade egÃpcia.
Mais do que um olhar sobre pacientes, o longa dá voz a quem foi privado do convÃvio em sociedade por trazer consigo questões que fogem à s convenções sociais.
Um exemplo é a jovem cujo maior delito foi exigir amor do marido. "Ele não me dava amor e carinho. E faço comigo mesma até sangrar. Graças a Deus, não tive filhos, porque ele iria tirá-los de mim." São vozes lúcidas como esta que fazem de Zelal forte e necessário.
Ainda na mostra, no sábado, 13, é a vez de debater a condição dos refugiados na polÃtica contemporânea, à s 18h, após a exibição de Shebabs de Yarmouk, à s 14h30, e Um Mundo Que Não é Nosso, à s 16h30. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Estadão Conteúdo