08/06/2020 20h30
Países devem adotar políticas para evitar que crise fique pior, diz Banco Mundial
Algumas economias da América Latina não chegaram ao pico do número de casos de covid-19 e "seguem aumentando de maneira preocupante", disse na segunda-feira, 8, o economista-chefe do Grupo de Perspectivas Globais do Banco Mundial, Carlos Arteta.
A instituição divulgou uma previsão de queda de 8% para o PIB do Brasil em 2020 e de recuperação lenta em 2021, com alta de 2,2%. O resultado põe o PaÃs entre os piores desempenhos da região.
Para Arteta, os paÃses devem adotar as polÃticas necessárias "para evitar que a crise sanitária fique pior".
O economista do Banco Mundial respondia a uma pergunta sobre os riscos de tomar decisões sobre reabertura da economia num momento em que autoridades omitem dados sobre o quadro real da pandemia, como é o caso do Brasil. Arteta, porém, evitou comentar diretamente a falta de transparência nos dados sobre a doença no PaÃs.
Após mudar o horário da divulgação do boletim diário sobre covid-19, o Ministério da Saúde tirou o portal do ar na noite de quinta-feira, 4. Quando o site retornou, passou a apresentar apenas informações sobre os casos 'novos', ou seja, registrados no próprio dia. Desapareceram números consolidados e o histórico da doença desde seu começo. No domingo, 7, o governo anunciou que voltaria a informar seus balanços sobre a doença. Mas mostrou números conflitantes, divulgados no intervalo de poucas horas.
"Ainda não há indÃcio claro de que algumas economias na região chegaram a um pico de casos, seguem aumentando de maneira preocupante. Assim, qualquer decisão precisa envolver polÃticas necessárias para evitar que essa crise sanitária fique pior", afirmou Arteta em teleconferência com jornalistas da América Latina.
Segundo ele, cada paÃs lida com a crise de maneira diferente, dependendo do contexto, mas o economista destacou que é "urgente" controlar a crise sanitária e proteger populações vulneráveis. "A solução mais permanente será o desenvolvimento e a disseminação de uma vacina efetiva. Isso pode levar muitos anos", alertou. "Essa crise sanitária estará conosco por bastante tempo. Inclusive se as medidas de confinamento são relaxadas, será necessário impor comportamento de distanciamento social", acrescentou.
Fonte: Estadão Conteúdo