23/06/2019 07h10
Argentina joga por vaga e para não repetir 1ª queda na fase de grupos desde 1983
A Argentina entrará em campo neste domingo, às 16 horas, na Arena do Grêmio, em Porto Alegre, para enfrentar o Catar em um jogo no qual lutará para garantir classificação às quartas de final da Copa América. E colocará em jogo uma longa tradição, pois, se conquistar este objetivo, a seleção de Lionel Messi também evitará a repetição de um fiasco que o time nacional não amarga desde 1983, quando foi eliminada pela última vez na fase de grupos da competição continental.
Os argentinos ocupam o lanterna do Grupo B do torneio realizado no Brasil, com apenas um ponto, e precisam da vitória sobre os catarianos, que possuem a mesma pontuação, mas estão em terceiro lugar da chave por possuÃrem melhor saldo de gols. A Colômbia, com topo assegurado, com seis pontos, enfrenta o Paraguai, vice-lÃder, com dois pontos, no outro duelo que fecha este grupo, também à s 16h deste domingo, na Arena Fonte Nova, em Salvador.
Pelo regulamento da Copa América, seguem à próxima fase o lÃder e o vice-lÃder das suas três chaves, além dos dois melhores terceiros colocados. Ou seja, apenas quatro das 12 seleções participantes não vão à s quartas de final. "Seria uma loucura se não avançarmos quando são três times (por grupo) praticamente os que se classificam", ressaltou Messi, na última quarta-feira à noite, no Mineirão, pouco depois de marcar o gol de pênalti que garantiu o empate por 1 a 1 com o Paraguai e manteve vivo o seu paÃs na competição.
"Trataremos de buscar a nossa melhor versão para seguir em frente", disse o técnico Lionel Scaloni ao projetar o duelo diante do Catar. E o treinador chegou a reconhecer que a Argentina "tem sorte por ainda estar viva" na luta pela vaga.
Sem conquistar um tÃtulo com a sua seleção principal desde 1993, quando faturou justamente a Copa América daquele ano, a Argentina supera ao menos o estágio de grupos do torneio desde 1987. De lá para cá, foram realizadas 13 edições do evento e os campeões mundiais de 1978 e 1986 sempre foram, no mÃnimo, até as quartas de final. Antes disso, há 36 anos, eles caÃram na fase inicial da competição naquela que foi a última vez em que o tradicional certame de seleções não ocorreu em uma única sede.
Naquela ocasião, a Argentina foi eliminada da Copa América como vice-lÃder de uma chave que teve o Brasil avançando como primeiro colocado, sendo que, em 1983, apenas os ponteiros de cada grupo, além do campeão da edição anterior do torneio, se classificaram diretamente para as semifinais - não havia a disputa de quartas de final.
Naquela campanha, os argentinos estrearam com um empate por 2 a 2 com o Equador, em Quito, e depois chegaram a vencer o Brasil por 1 a 0 na segunda rodada do Grupo B, em Buenos Aires, então com um gol de Ricardo Gareca, treinador do Peru nesta edição de 2019 da Copa América. Entretanto, no duelo seguinte, a equipe dirigida por Carlos Bilardo decepcionou a sua torcida com uma igualdade por 2 a 2 com os equatorianos no estádio Monumental de Núñez, antes de fechar campanha nesta fase com um 0 a 0 com o Brasil, no Maracanã.
No fim das contas, os brasileiros terminaram com os mesmos cinco pontos somados pelos argentinos, mas garantiram o topo pelo melhor saldo de gols, pois venceram o Equador por duas vezes, sendo uma por 1 a 0, em Quito, e outra por 5 a 0, no estádio Serra Dourada, em Goiânia. Na sequência do torneio, os brasileiros eliminaram o Paraguai nas semifinais, mas foram vice-campeões após um empate por 1 a 1 com o Uruguai no confronto de volta da decisão, com quase 86 mil pessoas na Fonte Nova, em Salvador - na ida, em Montevidéu, os uruguaios ganharam por 2 a 0 no estádio Centenário.
Depois de amargar este fracasso em 1983, a Argentina só conseguiu conquistar a Copa América em duas das 13 edições seguintes do torneio, com os troféus erguidos em 1991 e 1993. Neste perÃodo, sequer avançou à s semifinais em 1995, 1997, 1999 e 2001. E a série de decepções para uma seleção que luta para sair da incômoda fila de tÃtulos se acentuou com quatro vice-campeonatos, sendo dois diante do Brasil, em 2004 e 2007, e dois contra o Chile, em 2015 e 2016. No intervalo entre estes vices, o time de Messi ainda sofreu uma dura eliminação nas quartas de final de 2011, quando caiu nos pênaltis contra o Uruguai na última vez em que a Argentina sediou o torneio continental.
Em 1975 e 1979, nas outras duas únicas edições em que a Copa América contou com partidas em várias sedes diferentes, a Argentina também caiu na fase de grupos. E nas duas ocasiões também fez parte de uma chave que teve o Brasil avançando como lÃder.
TRADIÇÃO EM JOGO - A Argentina é a segunda maior campeã da história da Copa América, com 14 tÃtulos. Antes das taças erguidas em 1991 e 1993, também assegurou o troféu em 1921, 1925, 1927, 1929, 1937, 1941, 1945, 1946, 1947, 1955, 1957 e 1959. O PaÃs também acumula outros 14 vice-campeonatos - antes dos últimos quatro, também ficou com o segundo lugar em 1916, 1917, 1920, 1923, 1924, 1926, 1935, 1942, 1959 e 1967.
O longo perÃodo de fila dos argentinos permitiu que o Uruguai assumisse a condição de recordista de tÃtulos do torneio continental, status que garantiu em 2011, quando ganhou a competição pela última vez e passou a contabilizar 15 canecos em sua galeria - também se sagrou campeão em 1916, 1917, 1920, 1923, 1924, 1926, 1935, 1942, 1956, 1959, 1967, 1983, 1987 e 1995.
O Brasil é o terceiro maior vencedor da Copa América, com oito troféus, quatro obtidos como paÃs-sede em 1919, 1922, 1949 e 1989, e mais quatro nos anos de 1997, 1999, 2004 e 2007. E a seleção brasileira ainda foi vice-campeã por 11 ocasiões, em 1921, 1925, 1937, 1945, 1946, 1953, 1957, 1959, 1983, 1991 e 1995.
Fonte: Estadão Conteúdo