27/10/2015 15h03
Alckmin é vaiado por professores em inauguração no interior de SP
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), foi vaiado e precisou sair cercado por seguranças na inauguração de um viaduto em Campo Limpo Paulista, no interior, nesta terça-feira, 27. O evento, em princÃpio festivo, acabou marcado por um protesto de professores da rede estadual, contrários ao fechamento de 94 escolas, anunciado no dia anterior. Houve princÃpio de tumulto e empurra-empurra.
Alckmin chegou ao local, onde era aguardado por polÃticos da região, por volta das 10h20, mas acabou recepcionado por um grupo de cerca de 20 professores. Apesar de poucos, os manifestantes fizeram muito barulho.
Nos cartazes, era possÃvel ler "Alckmin, não feche nossas escolas" e "Inimigo da educação". Os professores ainda gritaram palavras de ordem e entoaram músicas de protesto. "Geraldo Alckmin, diga a verdade: educação nunca foi prioridade", cantaram.
Mesmo com o ato, o tucano parou para tirar fotos com seus apoiadores, que respondiam as vaias do professores com aplausos para o governador. No palanque, destacou os benefÃcios das obras do governo estadual para a cidade de Campo Limpo Paulista, demonstrando pouco desconforto com a manifestação.
CrÃticas
Apenas no fim do discurso, que durou cerca de cinco minutos, Alckmin se dirigiu aos manifestantes. "O governo federal, os petistas, investem 18% em educação. Os Estados do Brasil, em geral, investem 25%. São Paulo é o único Estado que investe 30% em educação", afirmou.
Os professores revidaram com gritos de "Mentira! Mentira! Mentira!". "Para encerrar, queria dizer que, antes de ser polÃtico, prezo de ser cristão: já estão todos perdoados", respondeu o governador.
Em uma conturbada e breve coletiva de imprensa, Alckmin negou que houve recuo após anunciar um número de escolas a serem fechadas menor do que o inicialmente previsto. "Foi conforme o planejado", disse. "Nossa preocupação é com a qualidade das escolas."
Com a aproximação dos professores, que não pararam de gritar, seguranças cercaram o governador e tentaram abrir espaço para que ele pudesse sair do local. Houve gritaria e confusão. Membros da comitiva também discutiram com professores.
Já próximo ao veÃculo oficial, o governador foi questionado pelo jornal O Estado de S. Paulo sobre o destino das 28 escolas que serão fechadas e não foram postas à disposição dos municÃpios para uso em Educação de Jovens e Adultos (EJA), ensino técnico ou creches. "Vão todas para educação", respondeu Alckmin.
Fonte: Estadão Conteúdo