18/11/2015 15h21
Alckmin volta a dizer que ação nas escolas é política e nega ação policial
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse nesta quarta-feira, 18, que há um aproveitamento polÃtico por trás do movimento de "invasão" de escolas no Estado. Depois de o número de escolas ocupadas no Estado ter chegado a 34, o governador demonstrou irritação ao ser questionado sobre a reação policial.
Durante a crise do governo Alckmin com as escolas, houve confronto com a PM e até professor preso. A escola Fernão Dias Paes, em Pinheiros, na capital paulista, chegou a ficar cercada por policiais. Alckmin negou que haja uso de força policial. "Não tem polÃcia", afirmou. "Já temos inclusive reintegração de posse e não estamos usando nenhuma ação policial. Eu mandei inclusive tirar toda polÃcia lá da frente da escola", disse em aparente referência à escola Fernão Dias Paes.
Apesar da argumentação, o governador afirmou que o governo continuará a pedir reintegração de posse das escolas ocupadas. "Claro que vamos pedir reintegração, mas vamos procurar, no diálogo, nos entender", afirmou. Alckmin citou uma escola em Diadema e outra em Osasco, na Grande São Paulo, onde, segundo ele, foi possÃvel encerrar a ocupação através de diálogo mediado pela Justiça.
Aproveitamento polÃtico
"O que a gente observa é muito aproveitamento polÃtico. É MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), é universitário, movimento polÃtico, partido polÃtico", prosseguiu o governador, que não quis confirmar se o partido a que se referia é o PT. Ele, contudo, acusou a Apeoesp (Sindicato dos professores do Estado de São Paulo) de fazer uso polÃtico da crise. "Não vou citar um ou outro (partido), mas da Apeoesp não há a menor dúvida. Aliás, eles descumpriram uma decisão judicial que estabeleceu multa de R$ 100 mil por dia para cada escola invadida."
O governador reforçou que a reforma escolar promovida por seu governo visa apenas à melhoria do serviço de ensino, promovendo que as escolas trabalhem com ciclo único. "O objetivo é melhorar a escola pública, o ciclo único é melhor", disse. Ele defendeu ainda que a reforma foi profundamente estudada, ao contrário do que alegam os crÃticos da medida. "Foi muito estudado, foi um ano inteiro de estudo", disse, ao argumentar também que dirigentes regionais de ensino participaram da elaboração da reforma e que todas as regiões do Estado foram ouvidas.
Alckmin reclamou do corporativismo que, segundo ele, impera no PaÃs e impede reformas estruturantes. "No Brasil, é difÃcil fazer as reformas que precisam ser feitas porque você tem um corporativismo atrás disso procurando prejudicar."
Fonte: Estadão Conteúdo