05/11/2014 13h10
ANA: chuvas dos últimos dias não normalizam Cantareira
O diretor-presidente da Agência Nacional de Ãguas (ANA), Vicente Andreu, disse nesta quarta-feira, 5, que as chuvas observadas nos últimos dias apenas levaram a vazão afluente no Sistema Cantareira de volta ao mÃnimo histórico. "Estávamos vendo uma vazão de 50% a 60% do mÃnimo histórico", disse.
Para ele, embora a chegada das chuvas observadas até agora sejam "alentadoras", ainda não representa uma retomada da normalidade e, como agravante, pode trazer leniência no consumo. "Ainda tem um perÃodo crÃtico pela frente, para permitir uma acumulação para atravessar o próximo perÃodo seco com segurança", disse, durante sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Municipal de São Paulo que investiga o contrato entre a Prefeitura paulistana e a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
Diante disso, ele defendeu que o Sistema Cantareira - único, entre os mananciais que atendem a região metropolitana de São Paulo, que possui regulação federal - seja gerenciado do ponto de vista da segurança hÃdrica, tendo em vista o regime de chuvas atual e a definição de uma meta a ser atingida no futuro próximo, mesmo que isso possa levar a uma menor oferta de água.
Questionado diversas vezes se a redução da oferta deveria levar a um racionamento, Andreu comentou que essa é uma medida que compete à Sabesp e se negou dar sua opinião sobre a necessidade de a Sabesp decretar um rodÃzio. "Se a redução da oferta levará a um racionamento ou rodÃzio, depende do operador do sistema, precedido por decreto de escassez hÃdrica a ser efetuado pelo detentor da concessão, o que não foi feito até o momento", limitou-se a dizer.
A metodologia de definição da oferta no Sistema Cantareira com base em uma meta a ser alcançada no futuro já foi proposta pela Ana para a definição de autorização do uso da segunda parcela do volume morto. No entanto, tem enfrentado certa resistência estadual. A sugestão foi encaminhada ao Departamento de Ãguas e Energia Elétrica (DAEE) do Estado de São Paulo em 17 de outubro, mas só obteve um retorno ontem. Segundo Andreu, a resposta do órgão estadual está em análise por parte da ANA e, se não houver consenso, as discussões continuarão.
O diretor da ANA comentou que haveria uma terceira parcela de volume morto, no montante de 162 milhões de metros cúbicos, mas a extração desse montante adicional depende de novos investimentos.
Fonte: Estadão Conteúdo