04/10/2014 11h40
Autistas interagem com robô que auxilia tratamento
Pela primeira vez no Brasil, pessoas com autismo tiveram contato com um robô capaz de auxiliá-las no tratamento. O Estado acompanhou, na manhã de ontem, a iniciativa com dois adultos e quatro crianças atendidos pela ONG Gaia (Grupo de Apoio ao IndivÃduo com Autismo) em São José dos Campos, no Vale do ParaÃba.
De tecnologia francesa, o NAO tem 57 centÃmetros de altura. É composto por duas câmeras, quatro microfones, dois alto-falantes e sensores espalhados pelo corpo revestido de material plástico. É considerado um dos robôs mais avançados, capaz de reconhecer comandos de voz, gestos e toques.
O que parece ser um brinquedo pode ajudar a melhorar a interação de pessoas com autismo e, assim, dar mais qualidade de vida a elas. A equipe da ONG se emocionou com a experiência. Quando o robô começou o gingado de capoeira, um dos pacientes levantou e imitou o movimento. "Isso é uma revolução", diz a psicóloga Ana Maria de Andrade.
Segundo a terapeuta ocupacional Juliana Janei, uma das caracterÃsticas do autismo é o isolamento social. "A interação entre os meninos é mÃnima, dado o grau de severidade. O que vemos neste primeiro contato é que, além da interação, o Daniel (paciente da ONG) gostou da companhia." O garoto, de 17 anos, tocava o robô para continuar a ouvir música.
Estudantes de robótica de um colégio de São José dos Campos que acompanharam a experiência já fazem planos para usar o robô no auxÃlio de pessoas com autismo. Eles devem iniciar, nos próximos dias, os trabalhos de programação especÃfica para atender à s necessidades dos pacientes.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), há mais de 2 milhões de autistas no Brasil e 70 milhões no mundo.
Fonte: Estadão Conteúdo