19/01/2016 18h21
Chuvas no Rio fazem ao menos 1.042 famílias deixarem suas casas
As chuvas que atingem o Estado do Rio desde o último fim de semana já obrigaram pelo menos 1.042 famÃlias a deixar os imóveis em que moram. O municÃpio que até agora mais sofreu com as enchentes foi ParaÃba do Sul (centro-sul fluminense, na divisa com Minas Gerais), que ficou em estado de calamidade pública por quatro dias e voltou nessa terça, 18, ao estado de alerta. Outras sete cidades estão em estado de atenção. A situação tende a se agravar nos próximos dias, de acordo com as previsões meteorológicas. Deverá chover até o fim de semana.
Aviso emitido nessa terça pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) informa que o Estado está em grau de perigo, o terceiro mais grave de quatro nÃveis de classificação. "Há riscos potenciais de alagamentos, deslizamentos de encostas e transbordamentos de rios", diz o Inmet no documento. "A questão agora é chuva forte, mas persistente. O solo está saturado. Então, mesmo chuvas fracas podem resultar nesses problemas", afirmou a meteorologista Marlene Leal, do Inmet.
Em ParaÃba do Sul, há 850 famÃlias desalojadas - cerca de 3.000 pessoas. Elas foram obrigadas a abandonar temporariamente as casas e estão abrigados por parentes e amigos. Há ainda 112 famÃlias desabrigadas (450 pessoas), que precisaram ser alojadas em uma escola. As casas dessas famÃlias estão condenadas pela Defesa Civil. Não poderão mais ser habitadas. A prefeitura cancelou o carnaval e iniciou campanha para arrecadar comida, roupas, água e agasalhos.
Em Volta Redonda, sul do Estado, casas destelhadas e deslizamentos de terra deixaram 18 famÃlias desalojadas desde o último fim de semana. Nessa terça, elas puderam retornar para casa, de acordo com a prefeitura. Medição anteontem mostrou que, na cidade, o Rio ParaÃba do Sul estava 3,8 metros acima do nÃvel normal nesta época do ano.
A abertura das comportas da Usina do Funil (divisa com São Paulo) elevou o nÃvel do ParaÃba e deixou a situação de Resende ainda mais delicada. Não há famÃlias desabrigadas no municÃpio, mas o estado é de atenção. "Com o nÃvel do rio desse jeito, o risco de alagamento é real. Uma chuva de meia hora vai alagar as ruas", disse o coordenador de Defesa Civil, Atanagildo Oliveira. Às 9h, o nÃvel do ParaÃba era de 4,30 metros. O normal em janeiro é 2,50 metros. As comportas foram abertas quando a represa atingiu o limite de segurança de 80% da capacidade. No último dia 15, a água represada só ocupava 58% da represa.
No último fim de semana, houve 35 deslizamentos, 30 alagamentos, cinco quedas de árvores e três interdições de imóveis em Barra Mansa, cidade vizinha a Volta Redonda. Segundo a Defesa Civil, na primeira quinzena de janeiro choveu 302 milÃmetros, o equivalente a três meses. Ribeirinhos que vivem à s margens dos rios Barra Mansa e Bananal estão em risco. A Vigilância em Saúde Ambiental da cidade já distribui cloro para a desinfecção das casas.
A região serrana do Rio, que sofreu enchentes e deslizamentos em 2011, volta a ficar em estado de alerta. Em Nova Friburgo, seis famÃlias estão desabrigadas. "Interditamos mais duas casas nesta manhã. Elas ficam em uma rua que ameaça ceder", disse subsecretário de Defesa Civil, Robson Teixeira, acrescentando que houve o registro de 52 ocorrências de sábado até segunda-feira na cidade. Em Petrópolis, a Secretaria de Proteção e Defesa Civil registrou 515 deslizamentos, alagamentos e inundações desde a última sexta-feira - 56 imóveis foram interditados. Não há vÃtimas até agora.
Fonte: Estadão Conteúdo