01/12/2015 09h48
Com avanço de zika, mortes com causa indefinida serão revistas
Pesquisadores do Instituto Evandro Chagas vão analisar novamente vÃsceras de pacientes que morreram sob suspeita de dengue grave, cujos exames deram inconclusivos. A estratégia tem como objetivo identificar se as mortes, ainda de causa não esclarecida, foram provocadas pelo zika.
Até agora foram registradas duas mortes causadas pelo vÃrus no PaÃs. O achado é considerado de extrema relevância por autoridades sanitárias pois não havia nenhum registro, no Brasil ou no mundo, de que o zika poderia levar à morte.
Conforme adiantou a reportagem, vestÃgios do vÃrus foram identificados em uma adolescente do Pará. A suspeita inicial era que a morte havia sido provocada por dengue grave. Diante do avanço do zika, pesquisadores do Evandro Chagas decidiram fazer uma nova análise do material e identificaram a presença do vÃrus.
"Era um caso diferente da primeira morte confirmada, de um paciente com lúpus", contou o diretor do Departamento de Vigilância de Doenças TransmissÃveis do Ministério da Saúde, Claudio Maierovitch. "Ele já apresentava condições que o deixavam mais debilitado. Ao que tudo indica, a adolescente não apresentava nenhuma doença prévia."
Não há ainda explicações sobre o que levaria a doença a provocar a morte. Maierovitch cita duas hipóteses que deverão ser analisadas por equipes de pesquisa do Brasil e do exterior. A primeira é a de que o zika no PaÃs teria atingido um número muito alto de pacientes - potencializando casos graves.
Outra corrente a investigar é o fato de a epidemia do zika atingir pela primeira vez um PaÃs em que boa parte da população já teve dengue. "O organismo, que já tem anticorpos para dengue, poderia entrar em 'pane' ao ter contato com outro agente infeccioso, que guarda certa semelhança com o da dengue", especulou o diretor.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Estadão Conteúdo