01/07/2015 08h35
Cuba elimina transmissão de aids e sífilis de mãe para filho
Cuba se tornou o primeiro paÃs do mundo a eliminar a transmissão de HIV e sÃfilis de mãe para filho. A conquista foi validada na terça-feira, 30, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que ressaltou o papel do sistema de saúde cubano, focado na atenção básica, no processo de eliminação.
"O êxito de Cuba demonstra que o acesso e a cobertura universais de saúde são factÃveis e, de fato, a chave desse êxito, até mesmo contra desafios tão complexos como o HIV", disse a diretora da Organização Pan-americana de Saúde (Opas), Carissa Etienne, em coletiva de imprensa realizada em Washington para anunciar o feito.
A OMS considera eliminada a transmissão vertical do HIV quando se registram menos de dois casos para cada cem bebês nascidos de mulheres infectadas. No caso da sÃfilis, a taxa deve ser inferior a 0,05 casos a cada 2 mil nascidos vivos. Em Cuba, apenas dois bebês nasceram com HIV e cinco com sÃfilis congênita em 2013, o que coloca o paÃs dentro dos parâmetros solicitados pela entidade para a dupla validação.
"Eliminar a transmissão de um vÃrus é uma das maiores conquistas possÃveis na saúde pública. É uma grande vitória na nossa luta contra o HIV e contra as infecções sexualmente transmissÃveis, e um importante passo para termos uma geração livre da aids", disse Margaret Chan, diretora-geral da OMS.
Uma missão internacional de especialistas visitou a ilha caribenha em março de 2015 para validar o progresso da eliminação da transmissão vertical das duas doenças. Na ocasião, foram visitados centros de saúde, laboratórios e órgãos governamentais para a coleta de dados.
Os especialistas que participaram da visita reconheceram a importância dos esforços do governo cubano para assegurar à população um pré-natal adequado, testes de sÃfilis e HIV e tratamento à s gestantes, seus parceiros e os bebês.
Outros paÃses
Segundo a OMS, outros seis paÃses e territórios das Américas estão em condições de solicitar a validação de eliminação de HIV e sÃfilis: Anguilla, Barbados, Canadá, Estados Unidos, Montserrat e Porto Rico. Além disso, oito paÃses da região teriam eliminado a transmissão vertical de HIV e outros 14, a de sÃfilis.
O ministro da Saúde cubano, Roberto Morales Ojeda, disse que o paÃs está disposto a auxiliar outras nações na busca pela mesma validação. "Estamos totalmente à disposição para ajudar outros paÃses."
O número de crianças nascidas na América Latina e Caribe com HIV caiu quase 80% em uma década. Em todos os paÃses de baixa e média renda, dobrou o número de grávidas com HIV que recebem tratamento para prevenir a transmissão vertical. Em todo o mundo, sete em cada dez gestantes soropositivas recebem o tratamento.
O desafio, porém, ainda é grande. A OMS estima que cerca de 1,4 milhões de mulheres infectadas pelo vÃrus da aids ficam grávidas a cada ano no mundo. Se as gestantes não recebem o tratamento antirretroviral durante a gestação, o risco de transmissão do vÃrus para o bebê é de até 45%. Se são tratadas, a chance de contaminação da criança cai para 1%.
No caso da sÃfilis, são aproximadamente 1 milhão de grávidas infectadas pela doença por ano em todo o mundo. A doença pode levar à morte do bebê, malformação fetal ou infecções neonatais graves.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Estadão Conteúdo