04/02/2016 20h27
Escolas e universidades assinam pacto de combate ao 'Aedes'
Vinte conselhos, associações e entidades ligadas à educação assinaram nesta quinta-feira, 4, um pacto em que se comprometem a contribuir no combate ao zika vÃrus, que tem sido associado por pesquisadores a um surto de microcefalia em bebês. Participaram da reunião 22 secretários estaduais e 110 municipais, representando as cidades que, de acordo com o Ministério da Saúde, têm maior risco de epidemia de dengue, zika e chikungunya - doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.
"Ainda não temos tratamento especÃfico contra o zika vÃrus e, ao que tudo indica, ainda há bons anos pela frente até que exista uma vacina. Até lá, a única resposta que podemos dar é lutar incansavelmente para que o mosquito não nasça. Acreditamos que as escolas são a nossa principal força", disse o ministro da Educação, Aloizio Mercadante.
Ele enviou cartas a diretores, professores, secretários de educação, trabalhadores de escolas, estudantes e seus familiares convocando para que todos se engajem na eliminação dos focos do mosquito, que se reproduz em água parada. "Somos cerca de 60 milhões de brasileiros distribuÃdos em 200 mil salas de aula. Com a união de todos - da educação infantil à pós-graduação, das escolas privadas à s particulares - vamos conseguir vencer esse grande desafio", afirma.
O pacto afirma que as ações devem ser desenvolvidas durante todo o ano letivo. Porém, é preciso uma programação especial para as datas de 19 e 26 de fevereiro e 4 de março, quando mobilizações serão realizadas em todo o Brasil e as escolas deverão programar atividades internas e externas, nas comunidades onde estão inseridas.
"Campanhas de um dia só são insuficientes. É preciso um vigilância permanente e cotidiana durante os próximos três ou quatro anos, até que a medicina nos dê respostas mais concretas", recomendou o secretário-executivo substituto do Ministério da Saúde, Neilton Oliveira. Segundo ele, a principal razão para a expansão do vÃrus, principalmente pela América Latina, é o alto grau de urbanização da sociedade, o que consequentemente aumenta a produção de lixo e favorece o surgimento de criadouros do Aedes.
Representantes da área de educação de vários Estados relataram as ações que vêm tomando nas escolas para erradicar o mosquito. No Ceará, um curso online sobre o mosquito e as doenças que ele transmite vai valer como nota, para os alunos de Ensino Médio, na disciplina de Biologia. Um aplicativo está sendo desenvolvido na ParaÃba para que fotografias de criadouros do mosquito sejam enviadas aos centros de controle com as respectivas geolocalizações, auxiliando o trabalho dos agentes de vigilância. O Rio de Janeiro trabalhará nas redes sociais com a hashtag #EscolaSemAedes, em que serão publicadas fotos e relatos sobre as "faxinas" nas salas de aula.
O Ministério da Educação (MEC) deve lançar um concurso de vÃdeos sobre zika e Aedes aegypti. Além disso, Mercadante estimula que os trotes - tradicionais recepções aos calouros nas universidades - não esqueçam de incluir atividades solidárias, relacionadas à erradicação do mosquito.
Fonte: Estadão Conteúdo