A água que sai das torneiras nas residências de Elói Mendes (MG) está com aspecto amarelado desde dezembro de 2013. Moradores reclamam de prejuízos, já que a água mancha as roupas e faz com que muitas pessoas tenham que comprar água mineral para usar em casa. Segundo a diretoria do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) na cidade, o período de estiagem estaria diminuindo a oxigenação da água.
Nas ruas da cidade, a reclamação sobre a qualidade da água aparece por todos os lados. Na casa do aposentado Joaquim Lopes, algumas roupas ficaram amareladas após serem lavadas com a água da torneira. "Tive que jogar dois jalecos da minha filha fora e perdi panos de prato também", conta.
Lopes conta ainda que produz gelo, mas com a qualidade da água, para continuar vendendo o produto, ele precisa comprar água em Paraguaçu (MG), cidade vizinha à Elói Mendes. "Se eu vender o gelo que eu fabrico aqui, ninguém vai comprar, porque fica amarelado, feio", explica. O aposentado passou a gastar o dobro com água mineral por causa do problema. "Eu comprava dois galões por semana, agora estou tendo que comprar quatro galões."
Para evitar manchas nas roupas, a dona de casa Maria Aparecida Coelho também passou a usar água mineral para lavar as roupas, o que traz mais despesas para os moradores de Elói Mendes.
Segundo o diretor do SAAE em Elói Mendes, José Maurício dos Reis, o baixo volume das chuvas em janeiro reduziu o nível de oxigênio do ribeirão onde a água é captada, o que faz com que o líquido chegue às casas das pessoas com aspecto amarelado. Além disso, o teor de ferro está acima do normal.
"Não somente falta oxigênio na água [por causa da estiagem], mas ainda tem uma planta que fica às margens do ribeirão que solta essa coloração amarela na água", explica Reis. Apesar da alteração na cor, o diretor garante que isso não traz riscos à saúde das pessoas e que a água pode ser consumida normalmente. "O ferro não traz nenhum problema para a saúde, a água está só com essa coloração amarelada, mas não faz mal nenhum", garante.
O diretor do SAAE disse ainda que a situação só deve ser totalmente normalizada com o fim da estiagem.
FOTO: G1 Sul de Minas